Um abdômen perfeito, marcado por gominhos, como os que vemos em capas de revistas e anúncios publicitários está fora do alcance de muitos. Mas isto não os impede de tentar melhorar o próprio abdômen, com alguns retoques.
De 2000 a 2009, o número de homens nos Estados Unidos submetidos a abdominoplastia mais que dobrou, segundo a American Society of Plastic Surgeons. No Brasil, segundo dados de pesquisa do Datafolha, este tipo de cirurgia aparece em terceiro lugar na preferência brasileira, logo após a cirurgia de aumento de mamas e da lipoaspiração.
Nos Estados Unidos, além das cirurgias plásticas para o abdômen, cresce também o número de produtos para esta região do corpo, que abrangem cremes para tonificar, auto-bronzeadores e muitas outras promessas estéticas para melhorar os músculos abdominais.
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Assim como os cremes anti-celulite, muito populares entre as mulheres, muitos produtos que prometem um abdômen mais definido contêm cafeína ou aminofilina. Na verdade, quando você adiciona cafeína ou aminofilina a um cosmético, os vasos sanguíneos se contraem. Estas substâncias funcionam como vasoconstritores. Este é o "grande truque" para fazer a pele parecer menos inchada, após muitas e muitas aplicações.
Existem algumas evidências preliminares que indicam que a cafeína pode trazer alguma "firmeza" à pele, mas tais produtos são eficazes apenas enquanto estão sendo usados. E para surtirem algum efeito é preciso usá-los por pelo menos 4-5 semanas.
"É preciso esclarecer aos homens, assim como fazemos com as mulheres, para que não criem grandes expectativas em relação ao uso destes produtos. Mesmo em pessoas que ‘malham’ o abdômen com regularidade e apresentam músculos abdominais desenvolvidos, podemos observar falta de elasticidade da pele, o que dá aquele efeito ‘murcho’", alerta o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Nos Estados Unidos, a indústria de cosméticos e dermocosméticos, diz que os homens respondem por cerca de 20% das vendas de seus produtos. Por isto, a propaganda destes produtos para "firmeza da pele", até agora, concentrada nas mulheres, irá focar homens também.
A mesma linha de marketing será usada também por produtos auto-bronzeadores, pois o bronzeado também auxilia "a criar alguma definição abdominal", defendem os fabricantes destes produtos.
A plástica abdominal masculina
Os homens buscam a abdominoplastia pelos mesmos motivos que as mulheres: redução da flacidez e retirada do excesso de tecido adiposo do baixo ventre. "Eles também querem melhorar a silhueta. A única diferença no procedimento masculino é a cicatriz, que tem uma forma mais reta. A cicatriz peri-umbilical nos homens chega a ser de melhor qualidade do que nas mulheres, devido aos pêlos masculinos", explica Ruben Penteado.
Se o paciente sofre de sobrepeso, o seu Índice de Massa Corpórea (IMC) determinará a necessidade de perda de peso, antes da realização da cirurgia. "Mas o mais importante antes desta cirurgia é que o paciente compreenda que quem faz abdominoplastia não obtém imediatamente a tão sonhada barriga tanquinho", destaca o diretor do Centro de Medicina Integrada.
Até houve uma época em que os cirurgiões plásticos tentavam fazer sulcos no abdômen, simulando os músculos, mas os resultados não eram bons. "Os gominhos tão desejados ficavam ali o tempo todo, mesmo quando a pessoa estava deitada, relaxada, e eram flácidos. Além disso, bastava engordar um pouquinho para perder o resultado", observa Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Para chegar ao abdômen tão sonhado, como o de Y ou Z, são necessários anos de dedicação à prática de exercícios físicos, além de uma alimentação saudável. "Nenhum bisturi vai realizar este sonho. Não existe nenhuma cirurgia para deixar os músculos da barriga marcados, simulando os resultados de anos de abdominais. Explicamos sempre aos pacientes que procuram este tipo de ‘procedimento mágico’ que o recomendável é fazer uma lipoaspiração normal e, depois, tentar malhar para conquistar ‘o tanquinho’", diz o cirurgião plástico (com MW Consultoria de Comunicação).