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Estimulo elétrico

Startup desenvolve equipamentos portáteis para tratamento de dor

Redação Bonde/ FAPESP
15 abr 2015 às 16:28

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Start up apoiada pela FAPESP desenvolve equipamentos portáteis para tratamento de dor - Reprodução/ FAPESP
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Durante a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014, um dispositivo semelhante a uma joelheira, usado na perna direita pelo atacante da seleção brasileira Neymar para tratar uma lesão que sofreu em uma partida contra o Chile, despertou curiosidade sobre a função do dispositivo.

Tratava-se de um equipamento autoaplicável e descartável para tratamento de dores musculares crônicas ou agudas por meio da estimulação de sinais elétricos direcionados e controlados pelo próprio usuário, também utilizado por outros jogadores da seleção brasileira e fisioterapeutas de clubes como o São Paulo e o Corinthians.

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Desenvolvido pela Medecell – uma startup de Botucatu, no interior de São Paulo –, o conceito do equipamento está sendo adaptado para outras aplicações por meio do projeto "Desenvolvimento de equipamento autoaplicável de baixo custo e uso único para estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)", apoiado pela FAPESP na modalidade Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

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"Identificamos que existiam outras aplicações para o equipamento, tais como o tratamento de dismenorreia [dor pélvica que ocorre antes ou durante o período menstrual], dispaurenia [dor que ocorre durante o ato sexual], melhora do desempenho e aceleração da recuperação muscular de atletas e praticantes de atividades físicas, e para aliviar enxaquecas e dores de cabeça decorrentes de disfunções da articulação temporomandibular [ATM]", disse Maurício Marques de Oliveira, pesquisador responsável pelo projeto, à Agência FAPESP.

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Os novos equipamentos para essas aplicações já possuem protótipos funcionais e passaram por ensaios clínicos, que estão em fase de conclusão para publicação de seus resultados. A fase de engenharia dos produtos está avançada e eles devem começar a ser produzidos em escala industrial no segundo semestre deste ano.


Já o aparelho usado por Neymar, chamado Tanyx, é comercializado hoje em drogarias no Brasil e no Chile.

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Estimulação elétrica


Os dispositivos utilizam estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) para aliviar dores musculares por meio da aplicação de pulsos elétricos, e diferenciam-se pela forma e pelos parâmetros de eletroestimulação, como a frequência e a intensidade dos estímulos elétricos, explicou o pesquisador.

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Reprodução/ FAPESP
Reprodução/ FAPESP - Start up apoiada pela FAPESP desenvolve equipamentos portáteis para tratamento de dor
Start up apoiada pela FAPESP desenvolve equipamentos portáteis para tratamento de dor


Os pulso elétricos do Tanyx, por exemplo, são de 85 hertz (Hz), e com intensidade na faixa de 10 miliampère (mA) a 30 mA.


"Nós otimizamos o estímulo elétrico para cada uma das aplicações de controle de dor ou de recuperação muscular dos equipamentos", disse Oliveira.

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Já utilizada na prática médica para o tratamento de dores provocadas por variadas causas, a técnica TENS era até então restrita ao uso em clínicas de fisioterapia em sessões de eletroestimulação.


A técnica até hoje é pouco difundida em razão do custo, do tamanho dos equipamentos e da dificuldade de operação, o que exige profissionais habilitados, explicou Oliveira.

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A fim de desenvolver um equipamento miniaturizado, portátil, de baixo custo, descartável, de fácil manuseio e operação pelo próprio usuário, sem a supervisão de um profissional, a empresa começou a pesquisar em bancos de patentes no mundo se já existia um aparelho com essas características. Nenhum exemplo foi encontrado.


Com base nessa constatação, desenvolveu e lançou em 2011 um equipamento similar a um curativo, que funciona com bateria de lítio com duração de 10 horas e tem duas regiões autoadesivas de contato com a pele.

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Dessa forma, o equipamento permite que o próprio usuário aplique e controle a intensidade dos pulsos elétricos emitidos para tratar dores nas regiões dos braços, pernas, costas e ombros, em sessões de 20 minutos.


"A ideia era que o equipamento pudesse ser utilizado para controlar a dor por um período equivalente ao da duração de uma caixa de analgésicos", disse Oliveira.


"Mas o equipamento tem diversas vantagens em relação ao analgésicos, uma vez que combate a dor sem ter os efeitos colaterais que os anti-inflamatórios ou analgésicos apresentam", comparou.


Para comprovar a eficácia do equipamento foram realizados estudos clínicos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).


Com base nos resultados dos estudos clínicos, o equipamento foi registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no FDA – a agência regulatória de alimentos e fármacos dos Estados Unidos. E a tecnologia foi patenteada no Brasil, Estados Unidos, União Europeia, China, Índia, Canadá, México, Argentina, África do Sul, Austrália, Japão e Rússia, entre outros países.


"Com a obtenção do registro no FDA, laboratórios já se interessaram por distribui-lo nos Estados Unidos. Pretendemos iniciar sua comercialização também em outros países da América Latina, da Europa e no Canadá ainda este ano", contou Oliveira.




Ensaios clínicos


Os ensaios clínicos do aparelho voltado para o tratamento de dismenorreia, que é aplicado na região pré-pubiana, foi realizado no Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O do equipamento destinado a aliviar dor de cabeça será feito assim que o primeiro lote piloto do produto for fabricado.


Já o ensaio clínico do aparelho voltado para melhorar o desempenho e acelerar a recuperação muscular de atletas e praticantes de atividades físicas foi realizado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.


Os resultados do estudo indicaram que o equipamento – que pode ser colocado em diversos grupos musculares – provoca um aumento expressivo no fluxo sanguíneo do músculo eletroestimulado em comparação com um músculo que não recebeu estímulo elétrico.


"Também realizamos um estudo na Escola de Educação Física e Esporte da USP e os resultados indicaram uma melhora muito significativa no desempenho atlético dos participantes", disse Oliveira.

"Essas novas aplicações devem resultar em patentes de invenção e de modelo de utilidade", contou.


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