Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Alerta

Tabagismo contribui indiretamente para doença renal crônica, aponta estudo

Mayala Fernandes - Folhapress
19 jan 2025 às 18:00

Compartilhar notícia

- AEN
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O tabagismo, embora não esteja diretamente associado à DRC (doença renal crônica), pode acelerar sua progressão por meio de condições como diabetes e hipertensão. É o que revela um estudo conduzido pela Universidade de Pequim com base em dados de mais de 500 mil participantes da coorte UK Biobank, combinando análises observacionais com a técnica de randomização mendeliana (MR).


"A randomização mendeliana mostrou que o tabagismo não causa diretamente a DRC. Ele está implicado em mecanismos como diabetes e hipertensão, que são fatores de risco conhecidos para a doença renal", explica Patricia Taschner Goldenstein, nefrologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Ela acrescenta que o cigarro pode causar danos aos rins por diferentes vias, como o aumento do estresse oxidativo, que causa lesão do rim e promove ou acelera uma DRC, e a inflamação crônica, que pode causar danos irreversíveis aos rins. "O cigarro também pode causar uma lesão no endotélio [tecido que reveste interiormente vasos sanguíneos e linfáticos], dificultando a dilatação das artérias renais, o que reduz o fluxo de sangue e oxigênio para os rins", afirma.

Leia mais:

Imagem de destaque
Nova análise

Estudo investiga se emagrecedores como Ozempic têm relação com problemas de visão

Imagem de destaque
Mais autonomia

Médicos discutem uso de Inteligência Artificial para pessoas com deficiência visual

Imagem de destaque
Zona Rural

Distrito da Warta em Londrina recebe Dia D de Combate à Dengue na sexta e no sábado

Imagem de destaque
Entenda

Onda de calor: sensação térmica será alta, mas de 70°C é improvável


Além disso, o fumo contribui para o aumento da pressão arterial, uma das principais causas da DRC, e eleva a perda de proteínas pela urina, indicando risco de comprometimento da função renal a longo prazo.

Publicidade


Marcus Faria Lasmar, nefrologista da Rede Mater Dei de Saúde, destaca que o estudo analisou material genético de origem europeia, o que limita sua aplicabilidade em populações mais diversas. "A pesquisa tem um viés importante que é a questão genética, informações como o tipo de alimentação da população interfere na saúde do paciente e, consequentemente, no resultado das pesquisas", diz ele.


A professora Luxia Zhag, coautora do estudo, enfatizou que são importantes estudos mais detalhados em populações diversas para entender a interação entre o ato de fumar e a DRC. "Embora o tabagismo seja um fator de risco significativo para a saúde, sua função direta no desenvolvimento da DRC ainda precisa ser investigada", diz.

Publicidade


Impacto do tabagismo na saúde renal


Os rins desempenham um papel importante na eliminação de toxinas e na regulação do equilíbrio de fluidos no corpo. Estudos anteriores associaram o fumo à progressão de condições como nefropatia diabética e glomerulonefrite, além de acelerar a evolução da DRC para estágios mais graves.

Publicidade


A OMS (Organização Mundial da Saúde) avalia que, globalmente, a DRC afeta cerca de 10% da população e é responsável por aproximadamente 2,5 milhões de mortes por ano. No Brasil, a prevalência estimada em adultos é de 6,7%, triplicando em pessoas com mais de 60 anos. A doença está associada a maiores riscos de doenças cardiovasculares e insuficiência renal terminal.


"A maior causa da DRC no Brasil é a hipertensão", diz Lasmar. "A população brasileira tende a ser mais hipertensa porque não se trata adequadamente ou porque temos uma alimentação com uma maior quantidade de sal."

Publicidade


Outro estudo, realizado no Brasil, reforça a correlação entre tabagismo e progressão da DRC. A revisão sistemática incluiu estudos com adultos que relacionam o ato de fumar à piora da função renal. Foi identificada uma relação positiva mais significativa em fumantes com carga tabágica superior a 15 maços por ano.


"Pessoas diabéticas e hipertensas que fumam aceleram a perda da função renal e, se continuarem fumando, vão entrar mais rápido em hemodiálise", afirma Ubiracé Fernando Elihimas Júnior, autor do estudo e doutor em Ciências da Saúde pela UPE (Universidade de Pernambuco). Segundo ele, se a pessoa é hipertensa, diabética ou obesa o cigarro é proibitivo.

Publicidade


Políticas de saúde e prevenção


No Brasil, aproximadamente 157 mil pessoas morrem anualmente devido a doenças relacionadas ao tabaco, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). A exposição à fumaça do cigarro, que contém mais de 7.000 substâncias tóxicas, também é associada a mais de 50 enfermidades, incluindo doenças renais.

Publicidade


O país conta com uma política antitabagista implementada no SUS (Sistema Único de Saúde) em 2005. Desde então, o número de fumantes vem diminuindo. De acordo com a OMS, o Brasil obteve uma redução de 35% no consumo de tabaco de 2010 a 2022.


Apesar dos avanços, Goldenstein, nefrologista do Hospital Israelita Albert Einstein, defende maior investimento na prevenção e ampliação do acesso a tratamentos antitabagistas.


"Temos uma política sólida para tratamentos caros da DRC pelo SUS, mas ainda faltam nefrologistas nos postos de saúde para atuar na prevenção", afirma. "A política antitabagista também é uma forma de prevenção e ainda temos muitas pessoas que não têm acesso a esses programas."


Imagem
PRE flagra 126 veículos por excesso de velocidade na PR-445 em Bela Vista do Paraíso
PRE flagra 126 veículos por excesso de velocidade na PR-445 em Bela Vista do Paraíso
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo