O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu hoje (29) a aprovação de pesquisas com células-tronco embrionárias. A questão será analisada na próxima quarta-feira (5) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, segundo o ministro, tem apoio "completamente favorável".
Para Temporão, a rejeição da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que trata do assunto no STF vai atrasar as pesquisas para cura de várias doenças como alzheimer, diabetes e doenças cardíacas.
"A decisão interessa muito", falou durante visita ao Hospital da Lagoa, na zona do sul do Rio. "Podemos entrar em uma época de obscurantismo e de atraso ou seguir no caminho do fortalecimento."
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Ele também disse que a liberação das pesquisas colocará o Brasil "em pé de igualdade" com os centros de pesquisas mais avançados no mundo na área. "Algo que proíba a pesquisa vai trazer um impacto negativo difícil de mensurar."
Questionado sobre a necessidade de mais discussões sobre o tema, rebateu dizendo que a população está bem informada. "Agora chegamos na hora de decidir", disse ressaltando que a religião não pode influenciar na escolha dos ministros.
"Essa não é uma questão religiosa. É uma questão que tem a ver com a ciência, com o conhecimento, a inovação e com a independência do Brasil nesse campo", avaliou.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou este ano uma campanha a favor da vida. Para a Igreja, experiências com células-tronco embrionárias são consideradas abortivas e antiéticas.