Os pacientes em tratamento psiquiátrico no Hospital Colônia Adauto Botelho, em Pinhais, contam com uma série de terapias alternativas durante o período de internação. O serviço é oferecido para melhorar a autoestima dos pacientes e envolve oficinas que estimulam a atividade psíquica dos internados.
Entre as atividades estão aulas de pintura, escultura, artesanato, música, jardinagem e informática. As oficinas fazem parte do setor de terapia ocupacional do hospital e são indicadas a partir de uma avaliação que leva em conta a aptidão e grau de interesse do paciente.
Para a terapeuta ocupacional Sônia Krashenski, o objetivo é ajudar os pacientes a organizar suas atividades de rotina diária e também motivá-los a desenvolver suas habilidades já existentes. "Oferecemos ainda diversas oficinas de produção que aperfeiçoam a técnica e trazem benefícios para a vida do paciente fora do hospital", explica.
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São oficinas de reciclagem, produção de sabonetes, pintura em panos de prato e inclusão digital. Esta última, pioneira na região Sul do país, é ofertada desde 2011 no hospital. Cerca de 300 pacientes já passaram pelas aulas que ensinam desde a criação e edição de textos e planilhas até a montagem e manutenção de computadores.
Segundo o professor de informática, Norival de Oliveira, muitos ex-pacientes já entraram em contato com o hospital relatando que deram continuidade ao curso após a alta médica. "Há um caso, inclusive, em que o paciente tornou a manutenção de computadores a sua profissão", disse.
Além da terapia ocupacional e do tratamento medicamentoso, os pacientes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e odontólogos.
HOSPITAL – Referência para o tratamento de pessoas com transtornos mentais, o Adauto Botelho é o único hospital estadual especializado em psiquiatria no Paraná. São atendidas pessoas que sofrem com doenças como a depressão, o transtorno bipolar e, principalmente, a esquizofrenia.
Segundo o diretor da unidade, Osvaldo Tchaikovski Júnior, o papel do hospital é atender pacientes em surto, que poderiam oferecer riscos à sociedade ou a eles próprios."O que fazemos é tratar a situação crítica, estabilizando o paciente e preparando-o para voltar ao convívio familiar. Por isso, nossos pacientes ficam internados por um período médio de 30, no máximo 45 dias", ressalta Osvaldo.
O trabalho realizado atualmente só é possível graças ao reposicionamento do hospital, que se deu após a reforma psiquiátrica. Antes disso, o Adauto Botelho era um manicômio que recebia pacientes com problemas neurológicos, deficientes físicos, tuberculosos, andarilhos e até presos políticos e delinquentes.
"Hoje o hospital não é um local de exclusão como era antigamente. Trabalhamos para garantir melhores condições de reinserção social do paciente. Vemos que o tratamento é mais eficaz quando realizado com o apoio da família", destaca o diretor.
NOVA ALA – Já começaram as obras do espaço que abrigará a primeira unidade estadual especializada no atendimento a dependentes químicos do sexo feminino. A nova ala é uma resposta do Governo do Estado a esta nova demanda que vem crescendo nos últimos anos.
O serviço receberá mulheres de todo o Paraná e servirá para tratar casos que necessitam de um período de internamento para desintoxicação, como dependência ao álcool, crack e outras drogas.