É comum que, após os 50 anos, a capacidade auditiva diminua, tanto devido ao envelhecimento natural quanto a exposição a ruídos ou sons altos, hábitos errados, - como a má alimentação ou o vício em tabaco, - ou o uso constante de fones de ouvido. Porém, hoje em dia já são encontrados muitos jovens que antes dos 30 anos já se queixam de zumbido ou até mesmo da capacidade auditiva menor.
Faz parte do dia-a-dia de muitas pessoas passar horas a fio com o fone de ouvido introduzido na orelha – e, é claro, tocando música alta durante esse tempo. Cientes disso, estudiosos e médicos estão realizando pesquisas nessa área, e os resultados são preocupantes.
Em recente pesquisa realizada nos Estados Unidos, mais da metade dos adolescentes entrevistados se disseram "dependentes" de fones de ouvidos, e coincidentemente ou não, todos apresentaram três dos principais sintomas de perda de audição: ouvir constantemente zumbidos, aumentar o volume da TV e do rádio e dizer "Hein?", "Hã?" e "O quê?" durante conversas normais e em ambientes pouco ruidosos.
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"De vez em quando é normal não conseguir ouvir o que outra pessoa está falando, principalmente em um ambiente ruidoso. Porém, quando isso se torna corriqueiro, mesmo em ambientes silenciosos, além da possível sensação de audição abafada, de zumbidos e você for um utilizador assíduo de fones de ouvido, saiba que esses são sinais claros de que alguma coisa não está muito bem com sua audição", explica a Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e otoneurologista.
Uma dica para poder continuar utilizando fones de ouvido sem que eles causem danos no aparelho auditivo é conhecer os modelos disponíveis no mercado. Rita resume: "o Earbud é aquele que fica preso dentro da orelha, mas fora do canal auditivo. Ele não libera toda a sua frequência em volumes baixos – logo, é comum usá-lo nos volumes mais altos. Os fones intra-aurais são aqueles introduzidos no canal auditivo. Reduzem o ruído externo, proporcionam uma maior fidelidade sonora e são usados em volumes menos intensos. Já os supra-aurais são maiores, possuem uma haste que fica posicionada por cima da cabeça e têm uma almofada, que propicia excelente isolamento acústico, fidelidade sonora e conforto. São os preferidos por profissionais da música, mas não muito práticos para uso em ambientes abertos".
A especialista lembra que nem sempre o fone mais caro é o melhor, porém, aqueles que possuem melhores componentes internos resultam em uma melhor fidelidade sonora. "O ideal é testar os fones antes de comprar e priorizar o conforto. Um bom fone de ouvido deve proporcionar qualidade sonora, ter bom preço e ser confortável e adequado ao tipo de uso", ressalta.
Além dos fones, existem simples dicas que podem ser seguidas a fim de manter em dia a audição: manter a carteira de vacinação em dia, fazer um teste audiológico pelo menos a cada cinco anos, evitar locais muito ruidosos que exijam a elevação do tom de voz, evitar ouvir música em volume muito alto – principalmente com fones de ouvido, usar protetores auditivos sempre que frequentar ambientes com barulhos extremos, nunca pingar remédios ou fórmulas caseiras dentro do ouvido sem indicação médica e não utilizar, em hipótese nenhuma, objetos pontiagudos para limpar a orelha, pois eles podem machucar o tímpano.