A lista de danos causados pelo cigarro só aumenta. Além de comprometer os sistemas circulatório, imunológico e respiratório, os fumantes e os ex-fumantes têm maior incidência de dores nas costas do que aqueles que nunca fumaram, mostra pesquisa publicada no American Journal of Medicine.
O neurocirurgião da Unifesp, Dr. Vinicius Benites, explica que o cigarro é prejudicial para a nutrição dos discos intervertebrais (que conferem rigidez e flexibilidade à coluna) e favorecem o processo degenerativo, o que consequentemente pode levar às dores nas costas. "Como se trata de um processo progressivo, ou seja, evolutivo, mesmo depois de parar de fumar, o dano já está feito e não há uma regeneração", afirma.
Dr. Benites também comenta outro problema ligado ao cigarro: a degeneração discal. "O cigarro é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doença degenerativa do disco e hérnia de disco", diz.
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Para completar, normalmente, os fumantes possuem hábitos que, no seu conjunto, são mais prejudiciais como o sedentarismo e a má alimentação. "Isso interfere tanto no surgimento de dores nas costas, como no insucesso do pós-operatório".
Um estudo publicado este ano, demonstra que em cirurgias da coluna lombar houve falha na cicatrização óssea em 29% dos pacientes fumantes, contra apenas 10% em pessoas não fumantes. "A cicatrização óssea (consolidação) se dá através de processo inflamatório que inclui formação de pequenos vasos.
O cigarro atua de forma negativa nesse processo, impedindo que os vasos pequenos se formem como deveriam e isso pode culminar com a falha da consolidação óssea", conta o especialista da Unifesp.
O insucesso em uma cirurgia da coluna é pior ainda quando a pessoa é idosa, com osteoporose e fumante. "Os pacientes com osteoporose possuem uma fragilidade óssea que é própria da doença. Se for associado ao hábito de fumar, essa fragilidade, juntamente com os fatores vasculares que são prejudicados pelo cigarro, aumentam muito a chance de insucesso de uma cirurgia de coluna", diz Benites.