Tire suas Dúvidas

Procedimento é principal ferramenta na prevenção do câncer de cólon e reto

03 abr 2017 às 15:48

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta o câncer de cólon e reto como o terceiro que mais afeta os homens no Brasil. A Sociedade Americana de Câncer também constatou um crescimento dessa incidência entre os jovens adultos e de meia-idade. A cada dez pacientes diagnosticados, três têm menos de 55 anos. No Brasil, a doença é responsável por algo em torno de 15 mil óbitos, principalmente quando levado em conta o fato de que a grande maioria dos óbitos por esse tipo de câncer podem ser evitados através da detecção precoce.

A principal via para rastrear da doença é a colonoscopia, procedimento que também auxilia na identificação de pólipos, inflamações, úlceras e outras alterações no intestino. Apesar de sua importância para detectar o câncer precocemente e, assim, permitir a aplicação terapêutica mais efetiva, o senso comum ainda resguarda muitas más interpretações a respeito deste exame. A fim de corrigir este cenário, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) evidencia os principais pontos que causam confusão nos pacientes ao receberem a indicação para o procedimento.


"Muitos ficam com receio, acreditando que o processo será doloroso ou incômodo. Esse é o questionamento mais recorrente, seguido das dúvidas referentes à sedação e do temor do pós-procedimento. Há casos, inclusive, em que há desistência, agarrando-se nos mitos propagados sobre o assunto. Por isso é fundamental esclarecer tudo que acontece antes, durante e após a colonoscopia, haja vista que ela é primordial para identificar lesões e problemas que podem evoluir para câncer", afirma Tomazo Franzini, diretor da SOBED.


Franzini explica, também, que é preciso seguir a orientação do médico para se preparar para o exame. "Por exemplo, é preciso discutir com o especialista a suspensão de determinados medicamentos, sobretudo suplementos de fibras, anti-inflamatórios, anticoagulantes e insulina. Um ou dois dias antes, também é necessário limpar o cólon, para tanto, laxantes são utilizados e, por conta de seu efeito, o paciente deve hidratar-se - de preferência com líquidos de cor clara", orienta.


Dor durante o exame. Mito. O paciente é sedado e, assim, não sente nada durante o procedimento. Todavia, o preparo pode ser desconfortável, haja vista a necessidade do uso de medicamentos laxativos que esvaziam o intestino grosso e permitem o estudo do cólon.


Lesões no intestino podem evoluir para câncer. Verdade. Alguns tipos de pólipos podem evoluir para câncer. O risco maior acontece nos pólipos adenomatosos que apresentam mais de um centímetro de diâmetro. Pólipos hiperplásicos em geral não representam risco de malignização.


Pacientes com mais de 50 anos e com antecedentes familiares de câncer de intestino formam um grupo de risco para câncer de colón e reto. Outros fatores que contribuem para um maior risco são: doença inflamatória intestinal, tabagismo, obesidade, dieta pobre em fibra, diabetes tipo II não controlada.


Colonoscopia anual é indicada a todos os pacientes. Mito. Existem algumas situações em que a colonoscopia para diagnóstico é indicada, mas isso não significa que deva ser feita anualmente: pessoas com mais de 50 anos; com familiar 1° grau diagnosticado com doença tumoral no intestino; com de sangramento intestinal; anormalidades diagnosticadas por outros exames de imagem; e esclarecimentos de anemia. A frequência depende dos sintomas e dos achados, variando em cada caso.


Efeito colateral ou desconforto após o término. Verdade. Devido à sedação, o paciente pode sentir sonolência após o exame. Também pode ocorrer desconforto abdominal, devido aos gases inseridos no intestino para melhorar a visibilidade durante o procedimento. Sangramentos podem acontecer quando há necessidade de biópsia ou remoção de pólipos. Essas manifestações desaparecem depois de algumas horas - caso contrário, procure seu médico.

É possível retirar tumores. Verdade. Pequenos tumores e pólipos (grupos de células que se formam na mucosa do reto) podem ser removidos. Na maioria dos casos isto é feito já durante a colonoscopia, com um pequeno laço preso ao aparelho, cortando o pólipo pela base.


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