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Quais os limites para a fertilidade feminina?

Redação Bonde
23 out 2015 às 14:55
- Divulgação
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Se os tabloides existissem no século 18, eles teriam enlouquecido com a família do camponês russo Feodor Vassilyev. Diz a lenda – ou melhor, a documentação de um mosteiro enviada para a prefeitura de Moscou – que a primeira mulher de Vassilyev é a recordista mundial de filhos. Segundo os relatos, entre 1725 e 1765, a Sra. Vassilyev, cujo primeiro nome se perdeu na história, teria dado à luz 16 pares de gêmeos, sete grupos de trigêmeos e quatro de quádruplos em 27 gestações separadas. Ou seja: 69 crianças.

Não é difícil imaginar como a imprensa hoje reagiria a tamanha fecundidade, especialmente depois de casos recentes famosos, como o da americana Nadya Suleman, mãe de 14 crianças – oito delas nascidas da mesma gestação.

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Mas será que é possível alguém ter mais de 60 filhos? "É algo que me soa fantástico, sobrenatural", afirma James Segars, diretor do departamento de Ciência Reprodutiva da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

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Decidi conversar com ele e com outros especialistas em reprodução para descobrir o limite de filhos que uma mulher pode ter naturalmente. Mas concluí que, se contarmos com a ciência moderna, em tese elas podem dar à luz mais crianças do que imaginamos.

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Matemática em xeque
Primeiramente, pensemos na matemática do caso da Sra. Vassilyev. Será que ela teve tempo de ter 27 gestações no período de 40 anos citado? A princípio, sim, especialmente se considerarmos o fato de que trigêmeos e quádruplos normalmente nascem prematuros.
Imaginando que os 16 gêmeos nasceram às 37 semanas de gravidez, os sete trigêmeos às 32 semanas e quatro quádruplos às 30 semanas, a camponesa russa teria passado 18 anos grávida. Mas se isso teria sido possível já é outra questão.


Para começar, será que ela teria se mantido fértil durante tanto tempo? As mulheres normalmente têm a menarca (a primeira menstruação) por volta dos 15 anos, quando seus ovários começam a liberar um único óvulo a cada 28 dias, em média. A ovulação continua até o suprimento de óvulos se esgotar, na menopausa, que ocorre em torno dos 51 anos de idade.

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Limites da natureza
Mas a fertilidade feminina decai bem antes da menopausa. "As chances de uma mulher de 45 anos ter um bebê por ciclo menstrual é de 1%", afirma Valeri Baker, professora de ginecologia e obstetrícia na Universidade Stanford.


Conforme uma mulher envelhece, a quantidade e a qualidade de seus óvulos diminuem. Enquanto está na barriga da mãe, uma bebê menina tem cerca de 7 milhões de óvulos imaturos. Quando nasce, esse número já caiu para 1 milhão. Apenas algumas centenas de milhares de óvulos se mantêm até a idade adulta. Desses, 400 chegam à maturidade e são liberados, o que pressupõe um intervalo de 30 anos de suposta idade reprodutiva.


O último desses óvulos, liberado no fim da janela fértil da mulher, tem muito mais chances de ser danificado ou sofrer mutações, como anomalias cromossômicas. Muitas gestações iniciadas com esses óvulos acabam em aborto espontâneo. "Muitas mulheres não conseguem engravidar depois dos 42, 44 anos", diz Segars. "Mas de vez em quando ouvimos casos de grávidas com quase 50 anos."

Além disso, a capacidade de engravidar decai com cada gestação, já que partos sucessivos sobrecarregam a anatomia reprodutiva da mulher. E se a Sra. Vassilyev amamentasse seus bebês, como se imagina ser o caso de uma camponesa como ela, seu corpo não teria ovulações.
(com informações do site BBC)


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