Na próxima terça-feira (3), começa em Londrina o primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2023.
As atividades iniciam com 180 agentes de Controle de Endemias, que irão percorrer 11.800 imóveis da zona urbana de Londrina fazendo vistorias em busca de focos contendo larvas ou ovos do mosquito Aedes aegypti.
Esse trabalho de campo deve ser concluído até o dia 6 de janeiro, quando iniciam as análises laboratoriais das amostras coletadas e a tabulação dos dados obtidos.
Leia mais:
Estudo mostra correlação entre perda de músculo e maior risco de demência
Novos planos de saúde poderão ser cancelados com duas mensalidades atrasadas
Saúde confirma morte de homem em decorrência da dengue em Cambé
Anvisa aprova registro do primeiro medicamento para distrofia muscular de Duchenne
Posteriormente, o resultado do LIRAa será divulgado para toda população, informando o IIVP (Índice de Infestação Vetorial Predial) da cidade e regiões da área urbana.
De acordo com o Ministério da Saúde, municípios com índice de infestação predial inferior a 1% estão em condições satisfatórias; índice de 1% a 3,9% é considerado situação de alerta; e superior a 4% é classificado como risco de epidemia de dengue.
O último LIRAa realizado em Londrina apontou um IIVP de 3%. Isso significa que, a cada 100 imóveis inspecionados, três possuíam focos do mosquito transmissor da dengue.
Em relação à situação da dengue no município, o relatório da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), com dados de 1° de janeiro até o dia 28 de dezembro, indicou 3.182 casos confirmados da doença. Dentre as 14.405 notificações registradas, 10.195 foram descartadas e 1.028 prosseguem em análise. Houve ainda dois óbitos provocados por dengue, em Londrina.
E com a chegada do verão, os cuidados para impedir a proliferação do Aedes precisam ser redobrados. O coordenador de Endemias da SMS, Nino Ribas, explicou que as ações para conter o mosquito são intensificadas onde há registro de notificações de dengue.
“Estamos mapeando todos os casos notificados da doença e intensificando as ações nos bairros que tem a concentração dos casos, para que a gente haja de forma rápida e bloqueie a circulação viral nesse local, concomitante a redução de população de mosquito nos bairros”, comentou.
Como a maioria dos focos do mosquito, que transmite dengue, zika vírus e outras doenças, são encontradas dentro dos imóveis, a participação da comunidade é essencial para conter novos casos e até mesmo uma epidemia de dengue.
“Agora é o momento que temos que agir para retirar dos quintais qualquer tipo de criadouro que possa propiciar a proliferação do vetor. Precisamos e contamos com a colaboração de toda população. Se conseguirmos eliminar o maior número possível de criadouros, impedindo que o Aedes venha desovar e proliferar dentro dos quintais, diminuímos a população de mosquitos. E, com isso, teremos uma pequena circulação do vírus, porque não vamos ter o vetor infectado”, destacou o coordenador de Endemias da SMS.
Para realizar esse trabalho, as equipes de agentes de Controle de Endemias tiveram seu horário de trabalho ampliado, de seis para oito horas diárias. E além das vistorias nos imóveis, são utilizadas as armadilhas ovitrampas, que coletam ovos do Aedes para serem descartados.
“Temos hoje mais de 200 armadilhas instaladas e, no segundo semestre de 2022, já retiramos mais de 100 mil ovos. Elas ficam nos imóveis com autorização dos moradores, para que a gente possa mensurar a quantidade de mosquito presente, além de reduzir futuras populações. E vamos intensificar esse trabalho no ano que vem”, adiantou Ribas.
Outro setor que obteve melhorias para reduzir os casos de arboviroses foi o de denúncias.
“Contamos com equipe de denúncia, agilizando o processo de atendimento dos casos que chegam a nós pela população. Antes, o prazo para atender uma denúncia chegava a cinco dias úteis, e hoje é de até 48 horas. Melhoramos o planejamento e distribuição dessas denúncias, para agilizar a resposta a todo cidadão”, complementou o coordenador.
Ainda na conscientização e sensibilização da comunidade, em parceria com a SME (Secretaria Municipal de Educação), a equipe de Educação em Saúde visitou no decorrer do letivo, escolas municipais para orientar os estudantes. Também elaborou apostilas didáticas, com conteúdo para alunos de 1° ao 5° ano.
“Foram desenvolvidas apostilas para as crianças estudarem sobre o manejo da doença e o que fazer para não proliferar o mosquito nos quintais. Temos ainda o projeto do Agente Mirim, que está sendo desenvolvido nas escolas municipais e deverá ser estendido para escolas estaduais e particulares. A premissa é que a gente tenha colaboração das crianças em suas casas, fazendo o trabalho de orientação aos familiares e eliminando os criadouros”, concluiu Ribas.