Cássio está decidido a deixar o Corinthians e quer fazer isso de forma imediata. O goleiro teve uma reunião com diretoria do clube nesta quarta-feira (15), mas não se convenceu a ficar diante de uma nova proposta para renovar o seu contrato.
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Na mesa, foi colocada a ele uma extensão de seu acordo por três anos, com um salário superior à oferta que ele recebeu do Cruzeiro. Os termos foram recusados pelo jogador.
Aos 36 anos, o goleiro está insatisfeito com sua condição de reserva. Além disso, de acordo com pessoas envolvidas na política do Parque São Jorge ouvidas pela reportagem, ele também afirma estar sendo pressionado por sua família a deixar o clube em que está desde 2012.
Ciente de que Cássio não vai permanecer, o presidente Augusto Melo busca uma compensação financeira para liberá-lo de forma imediata. O atleta já poderia assinar um pré-contrato com qualquer clube em julho, quando se reabrirá a janela de transferências. No entanto, seu vínculo com equipe alvinegra termina somente no final da temporada.
O jogador gostou da proposta do Cruzeiro, onde tem a promessa de voltar a ser titular, além de um vínculo de três temporadas. O desejo dele é continuar jogando até os 40 anos, por isso o tempo do contrato é um dos aspectos mais importantes. Mas não adiantou ao Corinthians oferecer os mesmos três anos.
Para ceder o atleta à equipe mineira, o clube paulista negocia algumas possibilidades com os representantes de Cássio. Uma delas seria o atleta abrir mão do que ainda tem a receber do clube, cerca de R$ 5 milhões.
A equipe do Parque São Jorge também tem uma dívida com o empresário do goleiro, Carlos Leite. O valor do débito relativo à comissão de acordos celebrados por ele ou por seus sócios desde 2014 é de R$ 62,4 milhões.
Fagner é outro jogador corintiano agenciado pelo empresário, que lucra em acordos de transferência de atletas e também em negociações de renovação de contratos.
Em meio à indefinição sobre seu futuro, publicamente o goleiro tem adotado o silêncio. Na terça-feira (14), pouco depois da vitória do Corinthians sobre o Argentinos Juniors pela Copa Sul-Americana, por 4 a 0, ele afirmou apenas que vai se pronunciar "no momento certo".
Antes de a bola rolar, assim que subiu ao gramado para participar do aquecimento com todos os atletas, ele teve seu nome gritado por grande parte dos torcedores que estavam na Neo Química Arena. A cena se repetiu ao apito final.
Após a partida, Carlos Miguel, que herdou a posição de titular da meta alvinegra, afirmou que tem "a maior gratidão possível" por Cássio, a quem considera "um pai". "É um cara que cuida de todos nós."
O técnico António Oliveira destacou seu orgulho por ter trabalhado com o jogador. "Um dia vou morrer feliz por dizer que fui treinador do Cássio", declarou.
Um dos argumentos usados por ele para deixar o Parque São Jorge, contudo, é o desgaste de sua imagem ao longo dos anos.
Como um dos mais experientes do time e aquele que está há mais tempo no clube, o goleiro acaba sendo o rosto que defende o Corinthians em momentos de crise.
Parte dessa insatisfação ele externou há três semanas, quando fez sua última partida pelo Corinthians na derrota para o mesmo Argentinos Juniors, fora de casa, pela competição continental.
"Se eu estiver atrapalhando o Corinthians, se não estiver agradando... Para mim, está muito difícil também. Tudo de errado que acontece no Corinthians sobra para mim. O time leva gol, e a culpa é do Cássio. Toma um gol de pênalti, e a culpa é do Cássio", desabafou o goleiro.
Ao todo, Cássio acumula 712 partidas com a camisa preta e branca, além de nove títulos conquistados, entre os quais a Libertadores e o Mundial, em 2012, e duas vezes o Campeonato Brasileiro, em 2015 e 2017.