Vi só de relance a vitória da Seleção sobre a Irlanda.
E não dá para gostar do que vi.
Nada que não fosse esperado já que Dunga mantém aquela que ele considera sua maior qualidade, a coerência.
Pena que o ``treinador´´ seja coerente com a ideia de adotar para si o futebol de resultado dos tempos de Parreira.
Seria muito melhor se fosse coerente com o futebol bem jogado. Fosse asim, teria ao menso testado Neymar e Paulo Henrique Ganso, talvez os dois jogadores brasileiros que atravessam o melhor momento. Mas Dunga prefere os toques para o lado de Gilberto Silva.
Talvez porque, como é possível contar nos dedos de uma mão os lances memoráveis de Dunga como jogador, ele não queira mais que isso de seus comandados.
O mal-humorado técnico agora só falará no dia da convocação final, o que ao menos nos poupará de ouvir muita bobagem.
A lista para a Copa já está pronta e o time titular definido. Se nenhuma contusão acontecer até o dia 15 de junho, o Brasil vai estrear no Mundial com Júlio César, Maicon, Juan, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano.
Time muito mais de força do que de talento. Não é a toa que, tirando o falso meia Elano, o armador Kaká e a dupla de atacantes, o mais habilidoso desta equipe seja Lúcio, o jogador que mais evoluiu entre todos os titulares no período entre Copas.
A Seleção tem muitas chances de ganhar o Mundial na África do Sul. Se fizer isso, vai entrar para a história ao lado da de 1994, como um time incapaz de encantar e que joga basicamente no contra-ataque. Dunga montou seu time à imagem e semelhança daquele de Parreira e praticamente esqueceu de preparar variações táticas. A diferença é que, ao contrário daquela época, e por melhor fase que Luís Fabiano atravesse, o time não tem Romário na frente - e nem Ronaldo, que infelizmente não se preocupou em emagrecer o suficiente para ter sua convocação transformada em clamor nacional.
Se o título vier, será o segundo da malfadada Era Dunga. Que começou com o vexame na Copa de 1990, passou pelo título nos Estados Unidos, na única final de Mundial sem gols, e foi interrompida no chocolate imposto pela França de Zidane, a antítese de Dunga, em 1998.
Pena que esta era foi revivida por Ricardo Teixeira, porque os brasileiros não mereciam. Bom seria se o Brasil jogasse como a Espanha, que Dunga deve considerar uma equipe totalmente irresponsável.