Pouco deu para assistir a Brasil e Venezuela, já que o duelo entre Uruguai e Argentina era mil vezes mais interessante. Mas do pouco que vi, é fácil constatar que o time de Dunga segue sendo absolutamente previsível e quase incapaz de jogar bem quando precisa tomar a iniciativa.
Algo bastante preocupante porque, tirando Espanha (que venceu todos os dez jogos que disputou nas Eliminatórias), Holanda -- por natureza --, Inglaterra (que até de forma surpreendente hoje joga com bola no chão) e o Chile de ``El Loco´´ Bielsa -- que já fez isso nos cofrontos recentes com o Brasil --, praticamente nenhuma outra seleção irá tomar a inciativa do jogo diante da ``Amarelinha´´.
E como o selecionado brasileiro vive basicamente dos contra-ataques puxados por Kaká, a Copa do ano que vem não será nada fácil. Mesmo sem perder o habitual favoritismo, um eventual título do Brasil só virá de forma sofrida (ou quem sabe o certo seria sofrível?) como foi em 1994.
Ainda bem que a classificação já estava garantida, porque nos jogos em La Paz e Cuiabá o time de Dunga fez apenas um mísero ponto contra as fraquíssimas seleções de Bolívia e Venezuela.
Se no primeiro a desculpa, aceitável, foi a altitude (que realmente interfere), no Mato Grosso do Sul nada justifica a falta de vontade do ``bando´´ que vestiu a camisa amarela.
A se salvar a mais que surpreendente boa atuação de Gilberto Silva, jogando improvisado na zaga, depois da expulsão de Miranda. Alí, com exigências menores, seu burocráticos passes laterais não comprometem, ao contrário de quando atua no meio-campo.
Melhor fez o Chile, que também só cumprindo tabela jogou para valer e bateu o Equador. Resultado que salvou o Uruguai da eliminação, depois da derrota caseira para a renascida Argentina.
Curiosamente, as duas maiores potências sul-americanas vão à Copa pela mão de não-treinadores, Dunga, o carrancudo, e Maradona, o careteiro.
À Celeste resta disputar a repescagem contra a Costa Rica, que perdeu a última vaga direta das Américas Central e do Norte para Honduras, graças a um gol sofrido para os Estados Unidos aos 49 minutos do 2º tempo. O que já dá à René Simões o enredo para seu próximo livro.
Na Europa, Eslováquia e Suíça confirmaram suas posições e garantiram as duas vagas em disputa hoje. No mês que vem, Portugal, que correu sérios riscos mas se recuperou bem no fim, França, Rússia, Bósnia-Herzegoniva, Ucrânia (que eliminou a favorita Croácia), Eslovênia, Grécia e Irlanda brigaram pelas quatro vagas restantes. O emparelhamento será decidio por sorteio, na segunda-feira.