Jenson Button foi campeão, ontem, em Interlagos, porque mereceu desde o começo do ano.
Venceu seis das sete primeiras provas, aproveitando o momento de superioridade absoluta da Brawn. Depois administrou a vantagem quando seu carro tornou-se pior do que o de alguns adversários, principalmente os Red Bull. e algumas vezes o McLaren (só o de Hamilton, porque Kovalainen é muito fraco), os Force India e até os Ferrari.
Vinha cumprindo uma segunda metade de temporada apenas burocrática, até medíocre em algumas provas, mas se reencontrou na corrida brasileira, fazendo ultrapassagens arrojadas e sem nenhum medo de jogar pontos pela janela. Fez algo totalmente do que Hamilton no ano passado, com o mesmo resultado no final, e vai para a última etapa, em Abu-Dhabi, com o caneco na mão.
Pela primeira vez, a Inglaterra, berço da F-1 moderna, ganha dois títulos consecutivos.
Outros destaques da prova foram o maluco-beleza Kobayashi, que mostrou o tradicional arrojo dos pilotos japoneses, mas com uma qualidade técnica visivelmente superior. Sua disputa com Button foi a melhor coisa da corrida, que teve uma primeira metade eletrizante e depois tornou-se mais enfadonha, seguindo o enredo habitual da categoria. Mesmo asism, foi uma das melhores do ano.
Vettel, Hamilton e Raikkonen, que ganharam muitas posições também merecem aplausos, assim como Webber, que venceu a prova com muitoa segurança, seguido por um renascido Kubica, visivelmente mais animado com a prespectiva de que a Renault lhe dê, no ano que vem, um carro melhro do que a carroça da BMW desta temporada.
E Barrichello merece também muitos aplausos. Primeiro pela pole obtida a fórceps, no chuvoso sábado da terra da garoa. depois, por seguir lutando mesmo sabendo que dificilmente venceria a corrida, mantendo vivas as chances de conquistar o título. Chegaria em quarto se não fosse mais um daqueles azares que o perseguem, caindo para oitavo graças a um pneu furado.
De quase aposentado ao final de 2008, Barrichello pode ser vice-campeão (embora Vetel seja favorito) este ano e já é a grande esperança da Williams para 2010, quando a tradicional equipe inglesa tentará reviver seu momentos de glória -- embora o mais provável seja lutar no segundo pelotão.
Tudo depende de quem vai saber se adaptar melhor às novas regras, que entre outras coisas, determinam o fim do reabastecimento. 2010 pode ser outro ano maluco como o que se encerra, quando uma equipe montada às pressas, aproveitando o espólio de outra, dominou a concorrência e conquistou os dois títulos em jogo -- o de pilotos e o de construtores. Ross Brawn, sem dúvida alguma, é o maiso vencedor da temporada.