Bala na área

O esperado fim da Era Dunga

02 jul 2010 às 15:04

Foi o fim esperado. E também o mais que esperado fim.

O segundo capítulo da Era Dunga finalmente terminou, com direito a um pouco de cada fator que notabilizou a passagem do gaúcho no comando da Seleção.


Porque o Brasil apresentou, no primeiro tempo, o melhor futebol de que é capaz com a formação tática escolhida por Dunga - lembrou nisso alguns lampejos apresentados na Copa América, Copa das Confederações e em raros jogos das Eliminatórias.


Mas, a partir do momento em que a Holanda reagiu, foram as características negativas do time de Dunga as mais aparentes. A começar pela falta de qualidade do meio-campo, que tinha no esforçado Daniel Alves e no ainda não totalmente recuperado Kaká a responsabilidade de armar o ataque brasileiro.


Pior para a fraca dupla de volantes, que tomou um passeio dos holandeses na segunda etapa. Não demorou para Felipe Melo -- que no gol do Brasil fez um lançamento de Gerson -- mostrar o descontrole habitual e ser justamente expulso por agredir Robben.


Antes disso, Felipe já havia deixado de lado qualquer brilhantismo ao marcar contra o gol de empate, atrapalhando um pouco mais a já estabanada saída de Júlio César, que fez uma Copa quase perfeita mas errou neste lance.


Daí para a frente, meio-campo e ataque não produziram nada demais, acompanhados nisso pelos laterais, principalmente Gilberto, que substituiu Michel Alves apenas porque o titular estava na iminência de ser expulso.


Se esses erros foram habituais em todo o período de Dunga no comando técnico, a falha defensiva no segundo gol holandês foi uma triste novidade. Luís Fabiano, pouco notado em campo, falhou na marcação no primeiro pau e Sneijder recebeu livre, no meio da área, para cabecear para o gol. Parecia Zidane em 1998.


Precisando reagir, Dunga não tinha com quem contar no banco de reservas, sofrendo com os equívocos que cometeu na convocação de uma Seleção pouco talentosa.


E se em quatro anos o treinador rebateu as críticas com os resultados obtidos, agora não tem mais resposta para quem aponta suas evidentes falhas.

O mesmo vale para os idiotas da objetividade, que tanto prezam o futebol de resultados. Eles que comemorem os ``inesquecíveis´´ títulos da Copa América e da Copa das Confederações. Porque a Copa do Mundo está um pouco mais próxima de seleções com futebol muito mais vistoso do que o adorado por Dunga, como Alemanha (que mudou sua forma de jogar para melhor, ao contrário do Brasil), Argentina, Espanha e, em alguns momentos, Holanda.


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