Com o perdão dos católicos fervorosos, a morte do mestre Armando Nogueira reuniu novamente, em outros planos, a santíssima trindade da crônica esportiva brasileira, que se completa com Nelson Rodrigues e João Saldanha.
Dono de palavra fácil, apesar de admitir mais de uma vez sua perturbação quase diária para encontrar os vernáculos mais corretos e expressivos, Nogueira elevou textos normalmente banalíssimos, sobre esporte, à categoria da boa literatura.
Seus textos eram ao mesmo tempo simples e belos, como os dribles que tanta gostava de um certo Garrincha. Eram vitoriosos e perenes como foi Pelé, outro de seus homenageados mais frequentes.
Agora, sua poesia junta-se à franqueza áicda de Rodrigues e ao timbre mal-humorado de Saldanha.
Pena que seus debates, que marcaram época nos anos 60 e 70, agora estão muito longe de nós, simples mortais.