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A hora de levantar o astral

20 mar 2011 às 09:23

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Recomeçar não é uma tarefa fácil em nenhuma condição. E quando precisamos reiniciar uma nova etapa na vida sem muitas das nossas referências, é muito mais difícil. Nascemos amparados pelos alicerces de nossos pais, nos tornamos crianças e observamos os amigos e familiares, ficamos jovens e as referências passam a se encontrar em alguns lugares do mundo, ficamos adultos e a referência volta para os nosso pais, como se criança tornássemos. Enfim, descobrimos que a vida é diferente durante a caminhada e igual na sua essência. Precisamos ir aprendendo com os caminhos percorridos.
Para mim, este período é de um novo começo porque minha visão sobre a vida mudou. Minha opinião sobre o certo e o errado, sobre o branco e o preto, muita coisa mudou. Passo por transformações internas tão finas, quase transparentes. São aquelas mudanças que brotam em algum lugar do corpo e se espalham como o ar que respiramos. Alcança cada célula, cada neurônio, cada pensamento.
É assim que eu me sinto ao continuar acompanhando os sofrimentos dos meus semelhantes após as águas baixarem. É agora que começa a luta, entre os que sobreviveram. Alguns com ferimentos profundos, outros com machucados e lembranças terríveis. Sei que aos poucos as coisas vão deixando de serem notícias, porque o mundo gira e novas coisas acontecem. Mas para quem ficou, para quem perdeu tudo é agora o momento do recomeço. Crianças sem os pais, pais sem os filhos, marido sem a esposa e a vida segue. Precisa seguir. A diferença do hoje para o ontem é porque hoje sou melhor, mais atento, mais humano. Estou aqui, podem contar comigo.

Um dia você aprende

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