Desigualdade entre gêneros: Japão é ultimo entre os oito mais ricos.
O Relatório Global de Desigualdade entre Gêneros de 2012, realizado no Fórum Econômico Mundial, analisa a igualdade entre homens e mulheres baseando-se nas áreas de: participação e oportunidades na economia, saúde, acesso à educação e participação política.
O Brasil foi bem. Subiu vinte postos em relação ao ano passado e ficou em sexagésima segunda (62) colocação. A evolução se deu por ter aumentado o número de mulheres no ministério, ter uma mulher como presidente, dar condições educacionais iguais para ambos os sexos e melhorar o ingresso de mulheres em cargos gerenciais.
No sentido contrário vem o Japão que caiu três degraus ficando no centésimo primeiro (101) lugar. A queda se deu em virtude da pouca participação feminina nos quadros ministeriais, as poucas oportunidades em cargos relevantes e de chefia. No quesito educação os japoneses foram bem. Ficaram em primeiro lugar na alfabetização não tendo diferenças entre homens e mulheres. Os primeiros lugares ficaram com a Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia. Os piores de baixo para cima foram: Iêmen, Paquistão e Chade.
Entre as oito maiores economias do mundo, o Japão ficou em último lugar e isso mostra que o país ainda tem muito que fazer quando o assunto são as diferenças nas oportunidades e participações entre os homens e as mulheres.
A influência cultural tem um peso grande na colocação do Japão. Por aqui, ainda reina a mentalidade de que as mulheres devem deixar sua vida profissional depois de casadas, e é exatamente isso que acontece. Apenas uma porcentagem mínima é que continuam em seus cargos depois de serem mães, e as oportunidades de ascensão profissional diminuem proporcionalmente ao tempo em que ela dedica à família. Quer dizer, a mulher japonesa precisa escolher entre sua carreira e sua vida privada. As grandes corporações não ajudam em quase nada mesmo que ela tenha um cargo elevado. Não existem creches para os filhos nas grandes empresas, nem ajuda de empregados domésticos para os trabalhos de casa. É ela que vai precisar se virar para ser uma boa mãe, esposa e profissional.
Os homens, também por questões culturais, não ajudam em quase nada nos deveres domésticos. Tudo é deixado por conta da mulher, inclusive a educação dos filhos, que vão das reuniões nas escolas, a checagem dos deveres de casa, o leva e trai nos cursos extracurriculares e os afazeres domésticos. Ao homem, sobre o trabalho e as relações profissionais que acontecem todas as semanas após o expediente, e em muitos casos até nos finais de semana. No meu ponto de vista isso não é bacana, mas olhando as mulheres japonesas, não me parece que elas estão muito preocupadas com isso. Algumas até me dizem que preferem assim porque as obrigações de cada um ficam mais claras.
Não sei dizer se isso é inteligência ou comodismo, mas tenho certeza de que oportunidades para os dois melhorarão o mundo. Além do mais, nossas vidas, dos homens e mulheres, são tão parecidas que não deveria nem existir essas distinções por gênero. Afinal, na velhice, quando mais importa, homens e mulheres se tornarão exatamente iguais todos com as suas lembranças. Quer mais?
Homens e mulheres - iguais na vida