Ainda criança, na área que circunda o Instituto Butantã, um matagal de dar injeva à Floresta Amazônica, eu e alguns amigos brincávamos de jogar estrelinhas de ferro bem pontiagudas na árvores. Árvores enormer, diga-se de passagem. Imitávamos ninjas pensando em todos aqueles poderes que víamos na TV. A leveza no caminhar, os saltos para cima dos muros, a fumaça para iludir os inimigos, tudo ficava em nossa mente. O mais bacana era quando eles simplesmente desapareciam envoltos em mistério. Lutavam como ninguém. Pareciam que treinaram Kung Fu, judô, karatê, as vezes tudo junto. Um sonho só.
Na província de Shiga existe uma Casa de Ninjas muito interessante. O local é cheio de entradas secretas, assoalhos que levantam, pisos que desprendem. Dizem que lá era uma espécie de quartel general dos ninjas, um local sagrado com acesso para poucos.
Para não deixar morrer as histórias que ainda hoje encantam os meninos, a Casa dos Ninjas acabou virando atração turística. Escolas fazem excursões para conhecerem o local "in loco" e a guia da casa mostra todos os truques daqueles que foram considerados a elite dos samurais. Uma espécia de CIA ou SWAT dos tempos modernos.
Lá existe um pequeno museu com os materiais utizados pelos guerreiros e um monte de estrelinhas afiadas bem parecidas com aqueles jogavámos nas árvores no meu tempo de Butantã. Naquela época faziamos imaginando situações, e não é que tudo aquilo era real e não sabíamos!!
Puxa... retornar à infância é bom mesmo.
Aí vem o meu filho "estraga prazer" para dizer que tudo isso pode ter acontecido há 800 anos mas ninguém tem certeza de que realmente tudo isso é verdadeiro.
Para não morrer de desgosto mandei ele brincar de Playstation, navegar na Internet e depois assitir um filme 3D. Que coisa chata esses meninos de hoje.