Beirada nipônica

O Brasil saiu por cima

13 set 2016 às 07:52

Para mim, as coisas estão tão corridas que somente agora é que pude assistir alguns jogos das Olimpíadas do Rio. Sabendo de que teria dois meses de muito trabalho, deixei tudo devidamente gravado para ir assistindo aos poucos.
Eu sei que o que escreverei neste momento pode ser um assunto fora de ponto, mas acredito ser muito verdadeiro, e portanto, vou "falar" o que senti nesse período de Olimpíadas.
As impressões eram as piores possíveis, com obras inacabadas, água da piscina esverdeada, apartamentos sem condições de uso.
Tudo foi arrumado rapidamente e de acordo com o manual de boas maneiras de um anfitrião preocupado. E assim, o Brasil mostrou que consegue, mas não significa que devemos passar um borracha no problemas que existiram
Gambiarra também não foi um bom termo para mostrar que o Brasil pode. Praticamente "intraduzível" para outros idiomas, passou a informação de improviso e falta de normas, logo seguido de ações corretivas.
Mas no final de tudo, o que ouvi foram somente elogios. A imprensa japonesa, como de costume, evitando mostrar o lado ruim das coisas e bombardeando os telespectadores com imagens e informações positivas. O colorido das instalações esportivas, a beleza do Maracanã e o contraste do azul das paredes da piscina com a cor da água, tudo isso foi muito comentado por aqui.
A beleza estava também na gentileza dos voluntários, sempre bem vestidos e atenciosos. Aliás, o figurino dos fiscais e do pessoal que assessoram as entregas das medalhas foram muito elogiados.
Me disseram que tudo foi humano, pois uma Olimpíada é composto por homens e mulheres que lutam contra sí mesmo para melhorar marcas, correr mais rápido, saltar mais longe.
Até me parabenizaram pelo ouro no futebol, e os comentários são de que o Brasil voltou a ser uma potência futebolística. Coisa de povão, não é mesmo?
O vôlei brasileiro parecia ter sido adotado pelos japoneses, de tanta torcida e elogios que receberam, assim como o ouro da judoca.
Apesar de ser sido contra a realização dos jogos, pois continuo achando que o país possui prioridades mais urgentes, não posso negar que a imagem brasileira subiu alguns degraus no conceito dos nipônicos, e muitos já falam de que os envolvidos na realização da Olimpíadas de Tóquio precisarão ter muita imaginação e criatividade para superar a mensagem passada pelo Brasil.
E convenhamos, isso não será nada fácil.
Agora estou atendo aos jogos Paraolímpicos, e sinto que os comentários tem sido bastante positivos, principalmente no apoio que os atletas recebem dos torcedores. Parece que tudo que está ligado ao Brasil, está ligado também ao calor humano, tão em falta por esses lados.
Agora é aguardar até 2020 para ver no que dá.

2020 no Japão


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