Guillermo del Toro cresceu vendo seus monstros favoritos sempre injustiçados nos filmes. Um deles, O Monstro da Lagoa Negra, filme dirigido em 1954 por Jack Arnold, foi uma das inspirações para o roteiro de A Forma da Água, que ele escreveu, junto com Vanessa Taylor, e dirigiu em 2017. O projeto, na verdade, já estava nos planos de del Toro há algum tempo e conta uma história que se passa nos Estados Unidos, no início dos anos 1960. Elisa Esposito (Sally Hawkins) é muda e trabalha como zeladora em um laboratório secreto do governo americano. Ela tem apenas dois amigos: Zelda (Octavia Spencer), sua colega de trabalho, e Giles (Richard Jenkins), seu vizinho. A rotina de todos muda quando o agente federal Richard Strickland (Michael Shannon) leva uma estranha criatura (Doug Jones) para o laboratório. O ser anfíbio chama a atenção de Elisa e a partir daí, naturalmente surge uma forte conexão entre os dois. Curiosamente, mesmo ambos sendo mudos, a comunicação entre os dois é plena, o que faz com que ela decida resgatá-lo do tanque onde está preso. A Forma da Água mistura muitos gêneros. Temos aqui elementos do drama, do romance, do terror, do suspense, da comédia e da ficção-científica. Sem esquecer do clima de fábula. Mas é, antes de tudo, uma bela declaração de amor de del Toro à sétima arte. Não por acaso, Elisa mora em cima de uma sala de cinema. Preste atenção no uso inteligente das cores, do som e da água ao longo do filme. Mas é, antes de tudo, uma bela declaração de amor de del Toro à sétima arte. Não por acaso, Elisa mora em cima de uma sala de cinema. Recordista de indicações no Oscar 2018, um total de 13, saiu da cerimônia com quatro estatuetas douradas: filme, diretor, trilha sonora e direção de arte.
A FORMA DA ÁGUA (The Shape of Water – EUA 2017). Direção: Guillermo del Toro. Elenco: Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Octavia Spencer, Michael Stuhlbarg, Doug Jones, David Hewlett, Nick Searcy, Stewart Arnott e Martin Roach. Duração: 123 minutos. Distribuição: Fox.