Clint Eastwood é um cineasta clássico. E quando digo "clássico", me refiro ao sentido mais amplo da palavra. Sempre elegante, preciso e econômico, Eastwood é, antes de tudo, um excepcional contador de histórias. Frutos de lições preciosas que, como ele mesmo costuma dizer, aprendeu com os mestres Sergio Leone e Don Siegel. A Troca, que ele dirigiu em 2008, no mesmo ano em que realizou Gran Torino, uma de suas obras mais populares. O roteiro de J. Michael Straczynski conta a história de Christine Collin (Angelina Jolie), uma mãe que perde seu filho. A ação se passa na década de 1920 e meses depois do sumiço do garoto, a polícia diz tê-lo encontrado. Porém, algo está errado e isso faz com que Christine confronte as autoridades e tenha sua rotina alterada por inteiro. Eastwood costuma dizer também que dirigir um filme não é tão difícil assim. Basta que você tenha uma boa história para contar e escolha os atores certos. Felizmente, ele tem acertado bastante. Angelina Jolie surpreende na papel de uma mãe que sofre com a perda do filho, mas, ao mesmo tempo, encontra forças para seguir lutando para reencontrá-lo. O elenco de apoio também não decepciona. A reconstituição de época é primorosa e, no final, só nos resta apreciar mais um trabalho de mestre.
A TROCA (The Changeling - EUA 2008). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Angelina Jolie, John Malkovich, Michael Kelly, Jeffrey Donovan, Devon Conti, Colm Feore, Madison Hodges, Morgan Eastwood e Frank Wood. Duração: 141 minutos. Distribuição: Universal.