É impressão minha ou os filmes feitos em Hollywood nos anos 1970 eram mais ousados que os de hoje? É possível. Ainda não existia o "politicamente correto" e a sociedade passava por transformações comportamentais instigantes. Neste contexto, o cineasta inglês Mike Nichols, que já havia causado polêmica com seu segundo longa, A Primeira Noite de Um Homem, de 1967, volta à temática sexual com Ânsia de Amar, seu quarto filme. O roteiro, de Jules Feiffer, conta a história de dois amigos de adolescência, Jonathan (Jack Nicholson) e Sandy (o cantor Art Garfunkel, da dupla Simon e Garfunkel). Os dois estudaram juntos no ginásio e mantém a amizade ao longo das década seguintes. As posturas que possuem em relação ao sexo oposto é bem diferente. Para Jonathan, as mulheres são descartáveis. Já para Sandy, um romântico apaixonado, o amor e a fidelidade são fundamentais. Há muita conversa entre os amigos, que têm suas vidas marcadas por duas belas mulheres: Bobbie (Ann-Margret) e Susan (Candice Bergen). Ânsia de Amar é um filme adulto e discute de maneira direita uma série de questões de relacionamento. Muito de sua força vem do roteiro, que por sua vez, reflete diretamente no excelente desempenho do elenco. Em especial, Nicholson e Bergen. E nas mãos de um diretor como Nichols, sempre talentoso em extrair o máximo de seus atores, resulta em uma obra ímpar.
ÂNSIA DE AMAR (Carnal Knowledge - EUA 1971). Direção: Mike Nichols. Elenco: Jack Nicholson, Ann-Margret, Art Garfunkel, Candice Bergen, Rita Moreno e Carol Kane. Duração: 98 minutos. Distribuição: Flashstar/Focus.