O dicionário diz que a palavra "apneia" vem do latim e significa "ausência de entrada de ar". Em outras palavras, é o ato de prender a respiração. O termo também é utilizado no esporte, quando o mergulhador submerge sem fazer uso de equipamentos para respirar debaixo d'água. Azul Profundo, longa de estreia do grego Aris Bafaloukas, se chama Apnoia no original. A tradução correta desse nome para português seria Apneia. Talvez o distribuidor nacional tenha dado esse título para criar uma relação com Imensidão Azul, filme dirigido em 1988, pelo francês Luc Besson. O roteiro, escrito por Giannis Tsiros, conta a história de Dimitri (Sotiris Pastras), um jovem nadador de 23 anos vencedor de campeonatos de mergulho. Quando ele está dentro da piscina escura ou no mar flutuando, quase que em animação suspensa, é como se estivesse em seu ambiente natural. Fora de lá existe um outro mundo que Dimitri não consegue interagir, como é o caso de seu relacionamento com a ativista Elsa (Youlika Skafida). É mais ou menos assim que o filme funciona: entre os mundos interior e exterior. O filme tenta unir esses dois mundos com o suspense envolvendo o desaparecimento de Elsa. Bafaloukas conhece muito bem o assunto, afinal, foi campeão grego de natação por oito anos. Mas, faltou a ele dominar melhor elementos básicos da narrativa cinematográfica para fazer de Azul Profundo uma grande obra.
AZUL PROFUNDO (Apnoia - Grécia 2010). Direção: Aris Bafaloukas. Elenco: Sotiris Pastras, Youlika Skafida, Andriana Babali, Giorgios Karamihos e Akilas Karazisis. Duração: 87 minutos. Distribuição: Lume.