Alguns cineastas costumam criar personas cinematográficas. Uma das mais famosas da História do Cinema é Antoine Doinel, alter ego do diretor François Truffaut. Ele apareceu pela primeira vez em Os Incompreendidos, de 1959, ainda adolescente. Três anos depois, ele voltou à cena no curta Antoine e Colette. E já adulto, neste Beijos Proibidos, que Truffaut dirigiu em 1968. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, junto com Claude de Givray e Bernard Revon, nos mostra Antoine concluindo o serviço militar e saindo em busca de um emprego e de um amor em Paris. Em todos os filmes vivido pelo ator Jean-Pierre Léaud, o jovem Antoine passa por muitos trabalhos e em um deles se envolve com a bela Christine Darbon (Claude Jade). É quase um clichê dizer que Truffaut era um artista que sabia como poucos falar de amor sem cair na pieguice. Seu olhar terno conseguia sempre realçar a beleza da vida e das paixões. Truffaut era, antes de tudo, um romântico incorrigível e um humanista de coração. Beijos Proibidos é a primeira parte de uma trilogia que seria completada com Domicílio Conjugal, de 1970, e O Amor em Fuga, de 1979.
BEIJOS PROIBIDOS (Baisers Volés - França 1968). Direção: François Truffaut. Elenco: Jean-Pierre Léaud, Delphine Seyrig, Claude Jade, Michael Lonsdale, Harry-Max, André Falcon e Daniel Ceccaldi. Duração: 90 minutos. Distribuição: Versátil.