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CHICUAROTES

12 mai 2020 às 21:46

Gael Garcia Bernal é o mais popular e talentoso ator mexicano de sua geração. Dono de uma sólida carreira de mais de 30 anos na atuação, ele também tem se aventurado na direção desde 2007, quando dirigiu seu primeiro longa, Déficit. Ao longo dos 12 anos seguintes ele esteve atrás das câmeras em curtas e episódios de séries de TV até realizar, em 2019, seu segundo filme como diretor, o seco e impactante Chicuarotes. O roteiro de Augusto Mendoza nos apresenta Cagalera (Benny Emmanuel) e Moloteco (Gabriel Carbajal), ambos adolescentes naturais de San Gregorio, bairro da periferia da Cidade do México. O título é como são chamados os nascidos naquela região. Sem perspectiva de uma vida melhor e insatisfeitos com a dura realidade que enfrentam diariamente, os dois terminam por praticar pequenos furtos e outras atos criminosos com a vã esperança de ascender social e financeiramente. Mas toda ação gera uma reação de igual ou maior intensidade. E isso faz com que Cagalera e Moloteco precisem arcar com as consequências de suas escolhas. Chicuarotes releva um diretor maduro e em pleno domínio narrativo. Apresenta uma história que não poderia ser contada de outra forma. Bernal, com coragem e ousadia, soube conduzi-la de maneira direta e crua, sem enfeites e maniqueísmos. E isso não é pouco.

CHICUAROTES (Chicuarotes – México 2019). Direção: Gael Garcia Bernal. Elenco: Dolores Heredia, Ricardo Abarca, Daniel Giménez Cacho, Benny Emmanuel, Enoc Leaño, Leidi Gutiérrez e Gabriel Carbajal. Duração: 95 minutos. Distribuição: Supo Mungam Films.


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