Richard Linklater dirigiu Boyhood - Da Infância à Juventude, ele deve ter se inspirado nesta série de filmes dirigidos por François Truffaut. Foram cinco no total tendo Antoine Doinel, sempre vivido pelo ator Jean-Pierre Léaud, como protagonista. Primeiro a infância, em Os Incompreendidos. Depois a juventude, em Beijos Proibidos e agora a fase adulta e o casamento, com este Domicílio Conjugal. Sem contar, é claro, o curta Antoine e Colette. Nesta quarta aparição, nosso "herói" está casado com Christine (Claude Jade), que havia aparecido no filme anterior. Ela é professora de música e ele ainda procura por um bom emprego. A rotina vai relativamente bem, até Christine descobrir-se grávida. Truffaut é sensível na condução de sua narrativa. O roteiro, mais uma vez escrito pelo próprio diretor junto com Claude de Givray e Bernard Revon, é inteligente e carregado de humor e ternura. Como é recorrente nas obras do cineasta. O mais interessante nesta "saga" sobre a vida de Antoine Doinel é o senso de realidade que Truffaut imprime. Nos dá a sensação de estarmos vendo, ou melhor, revendo velhos amigos. Isto não é fácil. Só os grandes mestres conseguem fazer.
DOMICÍLIO CONJUGAL (Domicile Conjugal - França 1970). Direção: François Truffaut. Elenco: Jean-Pierre Léaud, Claude Jade, Hiroko Berghauer, Barbara Laage, Danièle Girard, Daniel Ceccaldi e Claire Duhamel. Duração: 100 minutos. Distribuição: Versátil.