No inĂcio de janeiro de 1994, durante a preparação para os Jogos OlĂmpicos de Inverno daquele ano, a patinadora Tonya Harding foi acusada de ter atacado Nancy Kerrigan, sua rival. Claro que isso chamaria a atenção dos produtores de filmes. Primeiro foi feito um telefilme e agora chegou a vez de um filme para cinema. Eu, Tonya, dirigido por Craig Gillespie, vai alĂ©m do ataque de 94. O roteiro de Steven Rogers procura revelar as causas daquele comportamento. No papel tĂtulo, a inglesa Margot Robbie, que consegue transmitir todo o turbilhĂŁo de sentimentos que passam pela cabeça da personagem. Mas, quem rouba a cena Ă© Allison Janney, que vive LaVona, mĂŁe de Tonya. Sua interpretação lhe rendeu o Oscar de atriz coadjuvante em 2018. Continuamente agressiva na maneira como criou a filha, vendo o filme, fica difĂcil imaginar um outro destino para a jovem Tonya. O diretor nĂŁo poupa recursos para narrar sua histĂłria, destacando, com muito humor negro, a patĂ©tica vida da patinadora talentosa, porĂ©m, emocionalmente instável. A inspiração Ă© claramente scorseseana. E isso nĂŁo Ă© demĂ©rito algum. Muito pelo contrário. Se inspirar no cinema de Martin Scorsese Ă© sempre muito bom. Afinal, os mestres existem para isso.
EU, TONYA (I, Tonya - EUA 2017). Direção: Craig Gillespie. Elenco: Margot Robbie, Allison Janney, Sebastian Stan, Julianne Nicholson, McKenna Grace, Bojana Novakovic, Joshua Mikel e Bobby Cannavale. Duração: 120 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.