Ingmar Bergman sempre foi um artista contumaz e muito eclético. Escrevia e dirigia suas obras para teatro, cinema e televisão. Não tinha pudor algum em relação ao meio de expressão. Ao longo de sua extensa carreira realizou quase 70 trabalhos que foram mostrados em filmes, peças teatrais e telefilmes. Fanny e Alexander, escrito e dirigido por ele em 1982, foi seu último filme rodado em película. Porém, nos 25 anos seguintes ele escreveu e dirigiu 12 telefilmes, entre eles, este Na Presença de Um Palhaço, que estava inédito no mercado brasileiro. A ação se passa no ano de 1925. Entra em cena Carl Akerblom (Borje Ahlstedt). Ele é fã do compositor Schubert, encontra-se internado em um hospital psiquiátrico e nutre o desejo de inventar o cinema sonoro. Para tanto, conta com a ajuda de Osvald Vogler (Erland Josephson). Bergman teve a ideia para esta história quando encontrou alguns papéis deixados por um tio seu. Outra vez, o diretor se inspira em uma passagem de sua infância e discute questões que envolvem a arte, a vida, o sonho e a morte. Esta edição traz como extra um precioso making of. Uma curiosidade: Carl Akerblom apareceu três vezes no cinema, sempre interpretado por Borje Ahlstedt: em Fanny e Alexander, As Melhores Intenções (com roteiro de Bergman e dirigido por Bille August em 1992) e neste A Presença de Um Palhaço.
NA PRESENÇA DE UM PALHAÇO (Larmar Och Gör Sig Till - Suécia 1997). Direção: Ingmar Bergman. Elenco: Erland Josephson, Lena Endre, Börje Ahlstedt, Marie Richardson, Pernilla August e Anita Björk. Duração: 119 minutos. Distribuição: Versátil.