A escritora francesa Marguerite Duras sempre teve uma relação muito estreita com o cinema. Chegou até a dirigir filmes, porém, seu envolvimento mais importante com a Sétima Arte foi como roteirista de Hiroshima, Meu Amor, dirigido em 1959 por Alain Resnais. Em 1984 ela publicou um de seus livros mais populares, o romance autobiográfico O Amante, que oito anos depois foi adaptado para a telona por Jean-Jacques Annaud. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, junto com Gérard Brach, é bem fiel ao material original. Duras é natural da Indochina, hoje Vietnã, então colônia da França. A história do livro e do filme se passa em Saigon, no ano de 1929. Uma jovem (a estreante Jane March) se sente atraída por um chinês (Tony Leung). Os dois passam a se encontrar às escondidas. Além da diferença de idade e de classe social, há um outro porém: ela é de origem francesa e ele de origem chinesa. Annaud, que antes havia dirigido A Guerra do Fogo, O Nome da Rosa e O Urso, viu no livro de Duras o veículo perfeito para aquele momento de sua carreira. O filme O Amante, assim como o livro, provocou bastante polêmica quando de seu lançamento. Principalmente por conta das tórridas cenas de sexo, que não foram "suavizadas" pelo diretor.
O AMANTE (L'Amant - França 1992). Direção: Jean-Jacques Annaud. Elenco: Jane March, Tony Leung, Frederique Meininger, Lisa Faulkner, Melvil Poupaud, Arnaud Giovaninetti e Jeanne Moreau. Duração: 112 minutos. Distribuição: LW Editora.