J.J. Abrams, seja como produtor ou diretor, é um dos poucos em Hollywood que consegue trabalhar em completo isolamento. Boa parte de suas produções chegam aos cinemas sem que saibamos alguma coisa sobre elas. Porém, ele atingiu um nível absurdo de segredo com O Paradoxo Cloverfield. O primeiro filme foi lançado em 2008. O segundo veio oito anos depois. Este terceiro teve seu anúncio feito durante a final do Super Bowl e no mesmo dia, para surpresa de todos, estava disponível na Netflix. Dirigido pelo quase estreante Julius Ohan, a partir de um roteiro de Oren Uziel, temos neste O Paradoxo Cloverfield uma tentativa de explicar o que provocou as situações mostradas nos dois primeiros filmes. Cronologicamente, trata-se de uma trama anterior onde um grupo de astronautas-cientistas, a bordo de uma estação espacial, fazem experimentos com um acelerador de partículas em busca de uma solução para o problema de falta de energia no nosso planeta. O grupo já está no espaço há quase dois anos e as coisas terminam fugindo do controle. É interessante perceber que o ponto de partida é promissor, no entanto, ele não se desenvolve tão bem como poderia. Seja como for, lança alguma luz sobre o que nos foi mostrado antes e deixa brechas para novas histórias. Só o tempo dirá.
O PARADOXO CLOVERFIELD (The Cloverfield Paradox EUA 2018). Direção: Julius Onah. Elenco: Gugu Mbatha-Raw, David Oyelowo, Daniel Brühl, John Ortiz, Chris O'Dowd, Aksel Hennie, Ziyi Zhang, Elizabeth Debicki e Roger Davies. Duração: 102 minutos. Distribuição: Netflix.