John Milius fazia parte, junto com George Lucas, da turma de cineastas montada por Francis Ford Coppola no final dos anos 1960. Neste período, Milius apenas escrevia ou "lapidava" roteiros para os amigos. Com Dillinger, de 1973, ele também passou a dirigir. O Vento e o Leão, realizado dois anos depois, foi seu segundo longa. O roteiro, do próprio diretor, nos apresenta o líder muçulmano Mulai Ahmed er Raisuli (Sena Connery). A ação se passa no ano de 1904. Raisuli, para chamar a atenção do mundo para a ditadura instalada em seu país, sequestra dois americanos, entre eles, Eden Pedecaris (Candice Bergen). O presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt (Brian Keith), aproveita a situação para conquistar para sua campanha eleitoral. O Vento e o Leão é um típico Milius. Em seus filmes, é comum, sempre, uma valorização do figura do herói, de preferência americano. Não importa a época em que a história se passa. Apesar de ser um filme de ação, há aqui um forte componente político e, claro, bélico. Se existe uma possibilidade de guerra, vamos torná-la real. Se os inimigos estão escondidos, vamos mostrá-los. Esta é a lógica de Milius e ela funciona cinematograficamente muito bem.
O VENTO E O LEÃO (The Wind and the Lion - EUA 1975). Direção: John Milius. Elenco: Sean Connery, Candice Bergen, Brian Keith, Geoffrey Lewis, Vladek Sheybal, Steve Kanaly, Roy Jenson, Darrell Fetty e John Huston. Duração: 114 minutos. Distribuição: New Line.