O italiano Vittorio De Sica, se consagrou como diretor com o marcante Ladrões de Bicicletas, de 1948, obra-prima do Neorrealismo Italiano. Antes, teve uma sólida carreira como ator, iniciada ainda no cinema mudo, em 1917. Desde que passou a dirigir, seu nome esteve sempre associado a dramas sociais fiéis ao movimento neorrealista ou típicas comédias italianas. Causou, portanto, muita estranheza quando ele assumiu a direção de Os Girassóis da Rússia, drama romântico de guerra, produzido por Carlo Ponti e estrelado por sua esposa, a bela Sophia Loren, mais uma vez ao lado de Marcello Mastroianni. O roteiro, escrito por Tonino Guerra e Cesare Zavattini, conta a história de Giovanna (Loren), uma mulher que viaja da Itália até a Rússia em busca de notícias do marido, Antonio (Mastroianni), desaparecido no campo de batalha. A produção conseguiu o apoio do governo russo de então, em plena Guerra Fria, para utilizar locações reais da União Soviética. Talvez isso tenha irritado a crítica americana, que torceu o nariz para o filme. A europeia, por outro lado, não gostou de ver De Sica à frente de uma obra assumidamente comercial. Com uma deslumbrante fotografia de Giuseppe Rotunno e uma trilha sonora inspiradíssima composta por Henry Mancini, Os Girassóis da Rússia, apesar de ter desagradado a crítica da época, foi um grande sucesso de público.
OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA (I Girasoli - Itália 1970). Direção: Vittorio De Sica. Elenco: Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Lyudmila Saveleva, Galina Andreeva, Anna Carena, Nadya Serednichenko e Germano Longo. Duração: 107 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.