Existe um ditado que diz que "filho de peixe, peixinho é". Ele pode até ser verdade, mas, no caso do roteirista e diretor Jason Reitman, filho do cineasta Ivan Reitman, famoso nos anos 1980 pela direção dos dois Caça-Fantasmas, não é bem assim. Talvez o inverso fosse mais apropriado. Jason, desde seu primeiro longa, Obrigado Por Fumar, de 2005, vem construindo uma sólida filmografia. Seus filmes parecem meio que deslocados, porém, é apenas na aparência. Na verdade, são os poucos os cineastas de sua geração que conseguem a sintonia que ele tem com seu próprio tempo. Refém da Paixão, que ele próprio adaptou do livro de Joyce Maynard e dirigiu em 2013 é um bom exemplo de seu estilo. A trama se passa no ano de 1987, em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, durante o fim de semana do feriado prolongado do Dia do Trabalho, daí o título original. Adele (Kate Winslet) e seu filho Henry (Gattlin Griffith) são mantidos reféns em sua própria casa pelo fugitivo Frank (Josh Brolin). A narrativa dá o tempo necessário para a construção de cada uma das personagens e neste quesito, Reitman conta com o talento dos trio principal de atores. A química que se estabelece entre eles é extremamente convincente. E isso faz toda a diferença em uma história como esta que beira cair na pieguice.
REFÉM DA PAIXÃO (Labor Day - EUA 2013). Direção: Jason Reitman. Elenco: Kate Winslet, Josh Brolin, Gattlin Griffith, Tom Lipinski, Clark Gregg, J.K. Simmons, James Van Der Beek e Tobey Maguire. Duração: 111 minutos. Distribuição: Paramount.