Existem filmes que mesmo irregulares merecem ser vistos. É o caso de Rodin, escrito e dirigido em 2017 pelo veterano cineasta francês Jacques Doillon. A história se concentra no período de 1880 a 1890, quando o famoso escultor Auguste Rodin (Vincent Lindon), recebe uma encomenda do Estado: A Porta do Inferno, inspirada na Divina Comédia, de Dante Alighieri. O filme também se volta para o envolvimento de Rodin com Camille Claudel (Izïa Higelin), que foi sua aprendiz e depois se tornou sua amante e, por fim, sua concorrente. Uma das mais fortes características da obra do escultor foi justamente sua ousadia. E é justamente isso que falta ao filme de Doillon. Rodin não é ruim, mas, peca ao optar por uma estrutura episódica e por não aprofundar algumas passagens dramáticas da vida de seu retratado. É quase como ter uma peça de mármore ou um tronco de árvore que precisa ser trabalhado para se tornar uma grande escultura. O objeto necessário está lá. Faltou apenas ao diretor dar a forma e o acabamento final adequado.
RODIN (Rodin - França 2017). Direção: Jacques Doillon. Elenco: Vincent Lindon, Izïa Higelin, Séverine Caneele, Bernard Verley, Anders Danielsen Lie, Laurent Poitrenaux, Edward Akrout e Patricia Mazuy. Duração: 121 minutos. Distribuição: Mares Filmes.