Refilmar um clássico é tipo entrar em um campo minado. Qualquer passo em falso e tudo pode explodir. Quando foi anunciado que Sydney Pollack iria dirigir uma nova versão de Sabrina, filme dirigido em 1954 por Billy Wilder, acendeu a luz amarela. Na verdade, tudo havia começado em 1953, quando Samuel Taylor viu sua peça tornar-se um grande sucesso na Broadway. Já no ano seguinte, Billy Wilder e Ernest Lehman adaptaram o texto teatral e escreveram o roteiro do filme. 41 anos depois, este mesmo roteiro foi atualizado por David Rayfiel e Barbara Benedek. Tudo gira em torno da milionária família Larabee e seus dois herdeiros, Linus e David. O mais velho é dedicado integralmente aos negócios. O caçula está de casamento marcado com a filha de outro milionário e só pensa em curtir a vida. As coisas fogem do controle quando Sabrina, filha do chofer da família, volta de uma temporada na França. Aquela adolescente meio desengonçada agora se transformou em uma estonteante mulher que pode colocar em xeque os interesses financeiros dos Larabee. Um dos acertos de Pollack foi a escalação do elenco. No lugar de Humphrey Bogart no papel de Linus entrou Harrison Ford. Já William Holden foi substituído pelo estreante Greg Kinnear. E para o papel título, o mais difícil deles, Julia Ormond no lugar de Audrey Hepburn. O novo Sabrina funciona muito bem. É verdade que não tem o mesmo charme do original. Mas, sejamos francos, nosso "presente" perdeu muito nesse quesito. Não é culpa do filme, nem do elenco e muito menos do diretor e seus roteiristas. É simplesmente sinal dos tempos.
SABRINA (Sabrina - EUA 1995). Direção: Sydney Pollack. Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear, Nancy Marchand, John Wood, Lauren Holly, Angie Dickinson, Richard Crenna, Dana Ivey e Fanny Ardant. Duração: 126 minutos. Distribuição: Paramount.