Imagine a cena: seu corpo tem mais ou menos 2,30m de altura por 2,00m de diâmetro. No alto, uma grande cabeça com três chifres – um apontado para cada um dos lados e um terceiro para frente. Cinco olhos bem esbugalhados ao redor da cabeça. Pelo corpo, escamas verdes e azuis intercaladas por pêlos escassos, pretos e grossos. Duas patas dianteiras curtas, três patas traseiras largas com dedos de unhas côncavas. Desprazer em conhecê-la. Seu nome: Rejeição, a própria!
Se não podemos fugir dela, só tem um jeito. Tirar um retrato da moçoila e deixar sobre a mesa. Ok, tenho que concordar, beleza não é o seu forte. A rejeição é feia que dói! E como dói! Mas daí cabe a pergunta: não é melhor se acostumar com a aparência da monstrenga? Assim, quando ela resolver, do nada – Buhhh!! – aparecer na sua vida, não o pegará de surpresa! Um caso de praticidade aplicada, visto que a rejeição caminha em via de mão dupla: ora ela vai, ora ela volta.
Eu rejeito, tu rejeitas, ele rejeita. Todos nós rejeitamos. Não tem jeito: mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro seremos todos rejeitados.
Ora sou sujeito: eu te rejeito.
Ora sou objeto: tu me rejeitas
Entre uma rejeição e outra, a aceitação encontra também seu espaço: eu te aceito, tu me aceitas. Nós nos aceitamos. E aceitamos também que contra o medo da rejeição, o melhor antídoto é aceitá-la como legítima companheira de poltrona, nesta magnífica viagem chamada vida.
Angela Karine Krelling é graduada em Nutrição pela UFPR, cursou MBA-Gestão Empresarial pela FGV e atua como Gerente Financeira do Goethe-Institut Curitiba.
Desde abril 2011 mantém o blog http://mosaicodeletras.wordpress.com/ onde exercita seu lado escritora.