Hoje dia 8 de março é carnaval, que feliz coincidência, pois também é comemorado internacionalmente o dia das mulheres. O carnaval da CUT aqui no Paraná esse ano lembrou muito bem o tema que foi: "Mulheres que lutam mudam o mundo." E é isso que elas, as mulheres tem feito nesses dois últimos séculos, buscando seu lugar ao sol.
Muitos avanços têm sido conquistados por essas guerreiras e também por uma sociedade que passou a entender diferente o papel que a mulher tem. Criou oportunidades diferentes, lutaram por equidade de gênero nas mais diversas atividades da sociedade, seja no mercado de trabalho, seja nas organizações sociais, partidos políticos entidades sociais. A cada dia as mulheres ocupam mais espaço e se colocam para estar em cargos estratégicos a para essas entidades.
Porém, ainda a muito a se conquistar e em uma apologia a festa de momo é necessário que se coloque o bloco na rua aqueles que têm a consciência de igualdade de gênero, de raça e credo, para que se avance ainda mais. Temos uma mulher na presidência da Republica, mas ainda temos que acabar com muitas injustiças que são cometidas contra as mulheres cotidianamente, tais como a violência domestica a diferença de salários que ainda se perpetua ainda na sociedade, onde uma mulher ganha em média 76% do que ganha um homem na mesma função.
Nos dias de hoje ainda se pretere as mulheres em determinados cargos e mesmo em vários empregos, pelo fato majestoso da maternidade que lhe é próprio do gênero feminino. E a linguagem do capitalismo da busca desenfreada pelo lucro não consegue ter a sensibilidade de que a mulher tem características diferentes e que para uma nação que quer ser soberana é fundamental, que é o dom de dar vida. Pois somente países populosos, conseguem disputar hegemonia no mundo de hoje.
As mulheres tem dado outro tom para coisas que eram administradas apenas pelos homens e que muitas vezes patinavam em questões pequenas e sem importância. A perseverança das mulheres tem trazido diversos avanços para a organização social, para a vida coletiva como um todo. É nesse sentido que temos que passar a compreender uma sociedade compartilhada entre gênero. Pois não existe demérito nenhum em um homem cuidar dos filhos enquanto sua companheira esta exercendo alguma posição importante na sociedade.
Esse compartilhamento tem aproximado mais os homens dessa compreensão que as mulheres não querem ocupar nosso espaço, mas querem apenas dividi-lo conosco, para que tenhamos também a sensação da educação dos nossos filhos de uma forma plena, e não apenas na sustentação financeira. Discutir os rumos da organização doméstica, apreender noções básicas de economia doméstica, ajudar no dia a dia de nossos lares e dividir responsabilidades no núcleo familiar.
Somente assim, estaremos de fato construindo uma sociedade verdadeiramente igualitária, onde homens, mulheres tenham uma relações de fato compartilhadas, respeitando os limites,trazendo contribuições para que a vida seja leve para todos, em todos os sentidos.
E por isso é uma feliz coincidência que o carnaval tenha caído na mesma data do dia internacional da mulher para que possamos entender o caráter democrático de introduzir em nossos círculos sociais a discussão de equidade de gênero, raça, credo e liberdades individuais, por que, isso é fundamental daqui para frente, além de respeitar o espaço conquistado com muita luta pelas mulheres é necessário que compreendamos e entendamos que a sociedade atual rompeu diversos tabus.
Que esses tabus vencidos demonstram maturidade de uma sociedade que já foi muito penalizada por praticar descriminações contra negros, desumanamente escravizados; pessoas com orientação sexual destoante, que eram execrados do convívio social; contra as mulheres, que eram vistas apenas como donas de casa e mães de família, sem o direito de opinar em questões de política e do mercado; contra trabalhadores e trabalhadores como um todo, que eram categorizados como trabalhadores e trabalhadoras de níveis diferentes.
Carnaval
E nesse sentido que deixamos um viva o carnaval, e uma magnífico 8 de março a todos, homens e mulheres que lutam pelo fim das desigualdades sociais.
MARCIO KIELLER é Mestre em Ciências Sociais e diretor de formação do SEEB- Curitiba