Errata
Lá vinha ele todo faceiro, chegava de mansinho e me tocava o corpo suado.
Dias de folga, ele gostava de brincar:
_ Diz ócio!
_ Ócio!
E assim o dia nos levava. Chegava a noite e nos encontrava mortos.
Domingo. Ele vinha, de novo todo faceiro, e pedia o almoço. Me tocava, caso o almoço não estivesse pronto, e me levava para a cama.
Depois de minutos eu sentia meu corpo suado...
Quando estava faceiro, ele gostava de brincar. Nossos corpos se juntavam, se separavam, juntavam-se de novo.
– Diz ócio!
– Ócio!
– Diz ócio!
– Ócio!
De noite, nossos filhos nos encontraram no quarto: mortos!
Errata:
Onde se lê: faceiro, leia-se: cachaceiro.
Onde se lê: tocava, leia-se: socava.
Onde se lê: suado, leia-se: usado.
Onde se lê: brincar, leia-se: brigar.
Onde se lê: – diz ócio!, leia-se: Divórcio!
Onde se lê: Ócio!, leia-se Ódio!
Onde se lê: mortos, leia-se: mortos.
Susan Blum Pessôa de Moura. Formada em Psicologia (PUCPr 1986) e em Letras (UFPR), é professora na Universidade Positivo. Mestre em Literatura (UFPR). Este conto está no livro Novelos Nada Exemplares (2010). Também tem contos na coletânea "Então, é isso?" (2012) e está na antologia 48 contistas paranaenses (BBP – 2014). Escreve no blog Novelos Nada Exemplares (http://www.novelosnadaexemplares.blogspot.com.br/).
Susan Blum Pessôa de Moura - Foto Divulgação.