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LUCAS CARACOL (Conto Infantil de Alessandra Magalhães)

10 mar 2011 às 18:46

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Lucas era um caracol. Ou pelo menos achava que era um... porque era diferente dos caracóis que a gente conhece. A casinha que ele carregava nas costas não tinha aquela espiral que é a marca registrada deles, pelo contrário era em forma de copo com um desenho de uma espiga de milho. E por causa disso, dessa casa estranha, ele andava todo engraçado. Na verdade Lucas era o caracol mais esquisito de todo o mundo!

Mesmo assim Lucas não ligava pra isso porque o que ele mais gostava de fazer era ficar dentro de casa, sua casa. E era isso que os caracóis faziam, ficavam dentro de suas casas. E gostavam tanto, mas tanto disso que as carregavam para todos os lugares em suas costas.
Enfim Lucas era um caracol feliz carregando sua casa nas costas pra lá e pra cá!
Quando chovia Lucas queria ficar dentro de sua casa pra não tomar chuva.
Quando fazia sol ele ficava lá dentro porque estava muito calor.

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Só que um dia Lucas colocou a cabeça pra fora de sua casa e viu que não estava nem frio nem calor, estava um dia perfeito!
Nesse dia o pequeno caracol resolveu sair e conversar com os outros caracóis. Ele chegou perto de uma turma de caracóis que estavam se deliciando com as folhas de uma samambaia. Mas foi só chegar que todos pararam de comer e olharam para ele.
Lesmão que era o caracol mais velho daquela turma olhou para Lucas e falou: - Cara, você é mesmo muito estranho! Já se olhou no espelho? E os outros caracóis riram.
Lucas respondeu bravo: - Eu sou um caracol sim. Só sou um pouco diferente porque estou em fase de crescimento!

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- É... crescendo pra ficar mais feio. Disse por fim Lesmão virando as costas.

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Lucas ficou muito triste e foi embora, mas no caminho passou por um pedaço de espelho quebrado que estava apoiado numa árvore e viu sua imagem.


Só então notou que era diferente dos outros...

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Enquanto os outros eram beges ele era VERDE!


Todos eram tão lisinhos enquanto ele era cheio de espinhos.

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E a sua casinha... bem a sua casinha era... uma latinha amarrada nas suas costas por um fio de lã.


Não, definitivamente ele NÃO era um caracol.
Lucas ficou pensativo. Voltou para dentro de sua latinha-casinha e fechou as cortinas brancas como algodão. Foi pro quarto, se enrolou em uma coberta ainda mais branca que as cortinas e tão macia quanto as nuvens do céu. Ali ficou pensando. Se ele não era um caracol, o que poderia ser?

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Puxa, mas ele gostava tanto de ser caracol e levar sua casa com todas as suas coisinhas dentro, para todos os lugares...


Se fosse outra coisa teria que deixar sua casinha, pois não conhecia outro animal que vivesse na terra e carregasse a casa nas costas.
O tempo passava, mas Lucas não conseguia achar uma resposta, por isso continuava enroladinho na sua coberta branca de nuvem.

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Finalmente um dia sentiu algo estranho, uma cócega que começava na barriga e ia até as costas. Como não conseguia coçar, virava e revirava tentando se esfregar na coberta. Tanto fez que a coberta acabou se desenrolando e ele quase caiu pra fora da casinha. Tentou se segurar como pôde mas quando fez isso...viu que duas asas enormes e coloridas saiam de suas costas.


Estava ainda segurando na cobertinha branca com as patas quando começou a bater as asas.
Batia cada vez mais e mais forte até que começou a voar.

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E voou alto naquele céu azul, tão azul que parecia ter sido pintado com tinta guache.


Nossa que sensação incrível! O vento passando embaixo de suas asas, acariciando seu rosto.


Ele se sentia leve como uma pluma e com vontade alguma coisa dentro dele fazia com que quisesse de voar cada vez mais e mais alto.


Só então olhou pra baixo e viu sua casinha. Lá estava ela, parecia tão pequena e abandonada.


Na verdade Lucas sentiu uma pontinha de tristeza(que mais parecia um beliscão) por deixar a casinha tão querida pra trás, mas aquela sensação de liberdade era muito boa. Já não dava pra voltar, não queria voltar, só voar.


Desse jeitinho desastrado foi que descobriu a verdade: ele nunca tinha sido um caracol...


Lucas era uma lagarta, que acabou se transformando em borboleta, ou melhor um LINDO BORBOLETO.


Então Lucas viveu feliz o resto de seus dias sendo quem ele realmente era, assim como a gente que às vezes demora pra saber quem é, mas quando descobre... voa alto.


Alessandra Magalhães é advogada e escritora.


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