Nesta oportunidade entrevistamos o escritor e editor Paulo Tadeu, dono da editora Matrix e autor de livros infanto-juvenis, entre eles "Proibido para maiores", que já vendeu mais de 120 mil exemplares.
Paulo, sabemos que as tarefas que exerce, ainda que sejam da mesma área, são substancialmente diferentes, pois um escritor precisa estar focalizado na sua própria obra e um editor, ao contráio, é ser um leitor crítico, um leitor especializado, um descobridor de talentos.
Como você consegue conciliar essas tarefas?
São atividades muito específicas, sim, que requerem muita dedicação. Mas ao mesmo tempo me proporcionam uma visão estratégica para o desenvolvimento do meu negócio, já que busco nas obras que publico alguns diferenciais que tenho no meu trabalho. Portanto, gosto de projetos inovadores, coisas diferentes do que o mercado publica normalmente, que possam se destacar pela força da ideia. Fora isso, é preciso abrir mão de algumas horas de lazer, de um pouco do sono, porque o trabalho acaba sendo dobrado. Mas todas essas atividades me dão muito prazer. Isso é muito gratificante.
Como surgiu a ideia de livros de piadas para crianças?
Foi algo por acaso e sem muita pretensão. Eu gostava de contar piadas para meu filho, na época com 6 anos. Ele adorava ouvir. Como tinha a editora, resolvi fazer uma obra que fosse um presente para ele, mais do qualquer outra coisa. Se eu vendesse, a edição, aproveitando a minha estrutura, tudo bem. Se não desse certo, pelo menos o Guilherme iria ficar contente. Quinze dias depois da lançada, a primeira edição se esgotou. Várias outras vieram, e o livro se tornou uma febre entre as crianças, gerando uma série de outros na mesma linha. Me tornei um nome conhecido entre esses pequenos leitores.
Qual é sua relação com seus pequenos leitores? Você ministra palestras em escola? Participa de mesas redondas, simpósios para educadores?
Sou o autor da editora que menos recebe apoio da empresa. Para dar conta das atividades de editor, acabo abrindo mão um pouco das minhas atividades de autor. Tanto é que não fico me oferecendo para palestras, simpósios, etc. Mas sempre que solicitado vou com muita gratidão. Nunca deixei de atender nenhum pedido. O que tenho recebido ultimamente são pedidos de editoras de livros didáticos, querendo citar trechos das piadas dos meus livros em publicações para escolas. Prova de que se pode aprender muito com o humor. Fico feliz que os educadores estejam despertando para esse conceito. O humor ensina.
Fale sobre os novos projetos.
Olha, às vezes eu acho que esgotei a minha criatividade, fico com medo de não poder fazer coisas novas, toda vez que termino um projeto. Mas as ideias sempre acabam aparecendo. Estou com 3 novos livros sendo desenvolvidos ao mesmo tempo - e isso é algo bem normal para mim. Vou escrevendo um pedaço de um, o pedaço de outro, e os livros vão saindo. Mas só gosto de falar deles quando prontos. Já são 45 livros publicados até hoje, 7 para o público infantil, fora o 8o, que chega agora em fevereiro.
Que conselho pode daria aos novos escritores que desejam publicar seus livros?
Meu conselho é escrever sobre o que se gosta, ler muito. Esse amor pela palavra escrita vai gerar frutos uma hora ou outra.