Em 18 de março, Roberta Polito lançou Amores Incertos na Livraria Cultura, São Paulo. Decidimos realizar "a pergunta que não quer calar" (pelo e-mail).
Alguns críticos acham que "mulheres só escrevem para outras mulheres", ou seja, que em literatura também existem os dois clubes: o clube do Bolinha e clube da Luluzinha e que a literatura chamada "feminina" não agrada aos homens. Qual é sua opinião, Roberta?
Roberta Polito, autora de Amores Incertos, da Editora Europa, respondeu:
Antes da publicação do meu livro, escrevi apenas alguns contos. Um desses contos se transformou em Amores Incertos. Entre pesquisas, primeiras versões e publicação foram intensos 9 meses de trabalho.
Não posso dizer que pensei num público alvo, pois quando comecei a escrever eu não imaginava publicar o livro. Eu quis colocar no papel uma ideia e as coisas acabaram acontecendo muito rápido.
Eu não escrevi para as mulheres, mas meu livro acabou se voltando para o público feminino mesmo. Depois que terminei de escrever, a escolha da capa e do título foi feita pensando nas leitoras, apesar de o enredo ter assuntos de interesse masculino também, como viagem, vinho, arte etc. Há questões de conflitos no amor, que não são exclusivas das mulheres. No livro, estes conflitos atingem as personagens masculinas, mas, como são narrados por duas mulheres, o ponto de vista feminino acaba prevalecendo.
Já estou trabalhando no segundo livro. O tema é casamento e separação. Agora, de uma forma mais consciente, ele está sendo escrito para o público feminino.
Amigos e leitores prestigiaram o lançamento.