Morreu hoje, 18 de junho, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha) um escritor que comoveu o mundo com seus livros e com suas ideias. Ateu, revoltado contra a crueldade e hipocrisia humana confessa em "Diários de Lanzarote" que a melhor prova de que Deus não existe é o homem. Foi ateu e comunista. Defendeu os palestinos, mas não por ser antissemita como pensam algumas pessoas, mas porque foi um homem sensível ao sofrimento alheio e defensor dos perdedores, dos oprimidos e dos humilhados.
José Saramago nasceu em 1922. Filho de agricultores, realizou trabalhos humildes. É considerado um escritor autodidata. Em 1947, escreveu seu primeiro romance. Entrou no jornalismo e ocupando diferentes cargos, foi crescendo como jornalista e como escritor. Trabalhou nos Jornais "Diário de Lisboa" e "Diário de Notícias".
Jornalista, contista, romancista, poeta, ele foi, até agora, o único escritor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura(1998).
Seu último romance, "Caim" (2009), foi muito criticado pela Igreja. Sobre as críticas ele disse: "Desperto muitos anticorpos em certas pessoas". E assim ele morreu jovem e rebelde, aos 87 anos, fiel a si mesmo. O que mais pode desejar um homem?