Observo o espelho do tempo
(embaçado),
já percorri caminhos de saudades,
túneis de depressão,
noites de insônia,
mas descobri o brilho do sol além das nuvens
e o fogo do amor
ardendo além das sombras.
Descobri o sorriso, a luz, a dança,
os meigos olhos,
as mãos amigas, os abraços, as palavras
além dos muros da solidão,
e essa ternura...
essa louca ternura
quase banida do mundo globalizado,
essa imensa ternura – doce como uva -
cujo fogo perdura nas retinas,
nos rostos amigos, nos sorrisos
e nas mãos enrugadas de carinho.
Isabel Furini