O levantamento divulgado hoje (15) mostra que o índice de infestação na cidade está satisfatório: apenas 1% de todos os imóveis apresentam criadouros do mosquito. A região da cidade onde o índice de infestação encontra-se mais alto é o centro, com 1,47%; paralelamente, a região sul, onde apenas 0,37% dos imóveis contêm focos, é a área menos acometida pelo Aedes aegypti. Já em relação às UBSs, a Unidade em cuja área de abrangência há mais imóveis com focos é a do bairro Vivi Xavier, com 2,56%. As UBSs da Vila Ricardo e Mister Thomas destacam-se por não terem apresentado nenhum criadouro (0,0%).

Durante a realização do LIRAa, foram visitados 9.236 imóveis. Para Suzana Verlingue Rodrigues, secretária de saúde em exercício, o baixo índice de infestação na cidade reflete as medidas que vêm sendo tomadas contra a proliferação do Aedes aegypti. "Os últimos mutirões conseguiram remover muito lixo, especialmente dos terrenos baldios, o que dificulta a reprodução do mosquito", declara.

Apesar disso, os agentes de endemias frequentemente têm encontrado criadouros em vasos de flores. Para corrigir esta situação, a Secretaria Municipal de Saúde intensificará as iniciativas de conscientização. Serão afixados cartazes em empresas e locais públicos, e os agentes de endemias realizarão ações de educação continuada nos domicílios visitados. "É importante que as pessoas se lembrem de colocar areia nos pratinhos dos vasos. É uma ação simples, mas que contribui bastante para o combate ao mosquito", diz Suzana.

Como funciona o LIRAa?

Elaborado a cada três meses, o LIRAa é um relatório baseado em inspeções rápidas, que abrangem cerca de 5 a 10% de todos os imóveis da cidade. O procedimento é realizado inteiramente pelos Agentes de Endemias, e os imóveis a serem visitados são selecionados aleatoriamente por meio de um programa de computador fornecido pelo governo federal. "Por ser um levantamento rápido, o LIRAa não compreende ações educativas e de conscientização. Durante sua elaboração, os agentes verificam se há a presença de criadouros e, se os encontram, realizam também a sua eliminação", explica a Diretora de Vigilância em Saúde, Mara Alice Zanetti.

A importância do LIRAa reside no fato de que o levantamento oferece um panorama mais completo dos índices de infestação por Aedes aegypti na cidade. Em suas visitas cotidianas, os agentes de endemias já elaboram relatórios básicos, que alimentam a base de dados da Secretaria Municipal de Saúde e ensejam a adoção de providências pontuais de combate ao mosquito. No entanto, o LIRAa é um mapeamento mais abrangente, que fornece informações necessárias à adoção de planejamentos de âmbito municipal.

Os dados divulgados pelo levantamento rápido consistem no número de imóveis vistoriados, tipo e quantidade dos criadouros encontrados. Os índices de infestação são definidos da seguinte forma: até 1%, satisfatório; acima de 1% até 3,9%, situação de alerta; acima de 3,9%, situação de risco. Essas informações revelam à Secretaria Municipal de Saúde quais são os bairros em situação mais problemática em relação à infestação de Aedes aegypti. Assim, o LIRAa ajuda a definir estratégias de combate ao mosquito, tais como: ações educativas e/ou de conscientização; o uso do nebulizador UBV costal – máquina portátil, semelhante a uma mochila, usada para disseminar inseticida- e/ou do nebulizador de Ultra Baixo Volume Pesado (UBV), popularmente conhecido como fumacê.

Mara frisa que as estratégias não precisam ser adotadas necessariamente após a conclusão do levantamento: "Há ocasiões em que, quando percebemos que a situação de determinada região é bastante crítica, realizamos ações antes mesmo do LIRAa estar concluído, como por exemplo mutirões de limpeza".