Marcia Dezotti, professora do programa de engenharia química da COPPE/UFRJ,
faz um alerta urgente: desreguladores endócrinos (hormônios), fármacos e
poluentes resistentes em baixa concentração na água que bebemos causam
doenças como câncer de próstata e mama, além de acelerar a puberdade em
crianças e diminuir a produção de esperma nos homens.
Essas substâncias naturais ou sintéticas são retiradas em parte no processo de
tratamento de água, mas não são plenamente eliminadas e seguem causando
danos. "Boa parte dos antibióticos que nós tomamos é eliminada na urina. Após
o tratamento da água, parte suficiente do remédio permanece na água para que
as bactérias criem resistência a ele", alerta a professora, que defende um
tratamento diferenciado para as substâncias mais perigosas.
"Os hábitos da sociedade mudaram. Não há como pensar o saneamento como
na década de 40. Cabe a nós da academia identificar os problemas e encontrar
as soluções para a matriz água."