O Novo suspendeu a filiação de João Amôedo, um dos fundadores da legenda, após o empresário declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.
Segundo nota divulgada pelo partido nesta quinta-feira (27), Amôedo ficará suspenso até o fim do processo disciplinar na comissão de ética do Novo. A sigla afirma que respeitará as regras estatutárias e o direito de defesa.
O Diretório Nacional da sigla diz que tomou conhecimento da suspensão nesta quinta e que a comissão analisa denúncias feitas por filiados, independentemente da direção partidária.
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No último dia 15, Amoêdo afirmou ao Painel S.A. que votará em Lula, embora mantenha críticas ao candidato e ao PT.
"No dia 30, farei algo que nunca imaginei. Contra a reeleição de Jair Bolsonaro, pela primeira vez na vida, digitarei o 13. Apertar o botão "Confirma" será uma tarefa dificílima. Mas vou me lembrar do presidente que debochava das vítimas na pandemia, enquanto milhares de famílias choravam a perda de seus entes queridos", disse.
Em 2018, o empresário disputou a Presidência pela primeira vez e obteve 2,5% dos votos válidos no primeiro turno, terminando em quinto lugar. No segundo turno, declarou voto em Bolsonaro.
Em 2020, Amoêdo deixou a presidência do Novo, cargo que exercia desde que a legenda obteve o registro partidário, em 2015.
Após a declaração de voto em Lula, o partido afirmou em nota que a decisão constrangia a instituição e era "lamentável e incoerente". Filiados fizeram um manifesto para pedir a desfiliação de Amoêdo.
Embora não tenha apoiado oficialmente nenhum dos dois candidatos no 2º turno, o partido não se manifestou sobre apoios a Bolsonaro vindos de outros políticos da sigla, como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, principal aposta do presidente no estado.
Em entrevista à coluna, o presidenciável do Novo nas eleições deste ano, Felipe D'Avila, afirmou que a reação contra o Amôedo também foi motivada pela falta de apoio do empresário a candidatos do Novo durante o pleito.
"Antes das eleições ele até incentivou pessoas a saírem do Novo e irem para outros partidos. Aí, a única manifestação pública que ele faz no processo eleitoral é endossar o Lula", disse.