O criminalista Cristiano Zanin Martins, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que foi impedido pelo Ministério Público de ter acesso a partes do inquérito que apura suposta ocultação de patrimônio por meio do apartamento tríplex ao qual a família de Lula teria direito no Guarujá (SP).
Martins disse que tentou, na manhã desta quinta-feira, dia 4, ter acesso a novos depoimentos citados em reportagens publicadas nos últimos dias, mas o promotor Cassio Conserino, responsável pela investigação, teria afirmado que as oitivas ainda não foram anexadas aos autos. "Isso é inaceitável, viola o processo legal e prejudica a atuação da defesa", disse o criminalista.
O advogado lembrou que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia serão ouvidos pelo Ministério Público no dia 17 de fevereiro, dentro de menos de duas semanas, e que embora partes destes depoimentos já tenham sido divulgados pela imprensa, não estão à disposição da defesa para que a mesma possa traçar a estratégia dos depoimentos.
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"Vamos fazer uma análise da atuação do promotor e tomar as medidas necessárias para que sejam preservados os direitos que são do ex-presidente e de qualquer cidadão", afirmou Martins.
Segundo ele, no último final de semana a tese inicial de Conserino foi "desconstruída" com base em documentos divulgados pelo Instituto Lula que, conforme a defesa, provam que o ex-presidente nunca foi dono do tríplex no Guarujá.
Defesa
O promotor Cassio Conserino nega ter cerceado acesso aos autos do inquérito. Segundo ele, uma advogada de Lula fotografou todos os 14 volumes da investigação. O promotor não respondeu se os novos depoimentos constam dos 14 volumes.