Um agiota de Ituiutaba, Minas Gerais, se apresentou à Polícia Federal em Goiás alegando que é dono do pacote com mais de R$ 1,3 milhão, entre dólares e reais, encontrado dentro de um carro estacionada no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, na terça-feira, 3. O homem se apresentou espontaneamente e foi liberado após depoimento. O dinheiro permanece retido na PF.
O suspeito é um condenado que cumpre pena em liberdade. Ele já havia sido detido pela polícia em operações em Minas, cujos alvos eram quadrilhas de tráfico de drogas, em 2007 e 2009. Ficou preso por 13 meses. Também possui passagens por receptação de cargas e estelionato. Foi o que revelou neste sábado, 8, reportagem do jornal O Popular.
A PF ainda investiga se a história contada põe mesmo fim no mistério que ronda o caso. O carro em que estava o dinheiro, uma Fiat Strada vermelha, foi estacionado no dia 26 de fevereiro. Destrancado, com vidros abertos, ele foi encontrado com as chaves e documento dentro de um envelope, e o dinheiro em uma sacola azul, no banco traseiro. Uma denúncia anônima levou a Polícia Militar ao local e esta acionou a PF.
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O nome do suspeito ainda não foi divulgado. Segundo o jornal, o homem teria se apresentado na tarde de sexta-feira, 7, e confirmado a origem ilegal do dinheiro. Ele alegou que os US$ 507,6 mil e os R$ 95 mil seriam de atividades ligando agiotagem, operações em casas de câmbio, compra e venda de carros e de casas.
Por outro lado, o homem teria dito que a quantia deixada era maior do que a entregue na PF, mas se negou a dizer quanto, por temer pela sua segurança. Segurança, contudo, seria o mesmo motivo alegado por ele para estacionar o carro no aeroporto com tanto dinheiro dentro. A PF ainda não informou por quem o homem se sentia ameaçado a este ponto.
Uma das hipóteses para ele ter se apresentado espontaneamente é o envolvimento de parentes e conhecidos, cujos nomes constavam em papeis localizados no interior do veículo, uma delas até mesmo como proprietária do carro. A maioria é da cidade mineira de Ituiutaba.
A PF já estava intimando e ouvindo alguns deles, inclusive uma mulher que seria filha do suspeito e que mora em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana. O possível envolvimento destas pessoas em falsidade ideológica para lavar o dinheiro de atividades ilícitas, e para o comércio de veículos, está sendo investigado.
Ainda segundo a reportagem, mesmo com a informação de que o dinheiro é ilegal, o delegado federal responsável pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas, Marcel Ahringsmann de Oliveira, descartou solicitar a prisão do suspeito. Ele, que comanda a investigação, justificou que, além de o homem ter se apresentado espontaneamente, ainda não foi expedida a portaria de comunicação à Justiça para a abertura do inquérito, o que impossibilita pedir a prisão preventiva.