O índio que se identifica como Urutau José Guajajara acaba de ser retirado da árvore em que permaneceu por 26 horas, em protesto contra a possibilidade de demolição do Museu do Índio, vizinho ao estádio do Maracanã (zona norte do Rio).
O homem foi cercado por bombeiros, que subiram de maneira simultânea por três acessos diferentes. Guajajara não reagiu nem insultou os bombeiros, diferentemente dos cerca de 30 ativistas que acompanharam a ação com xingamentos dirigidos aos policiais e bombeiros.
Vestido apenas com uma bermuda, trazendo um cocar no alto da cabeça, o homem foi descido até o chão por cordas, ao estilo rapel, por volta das 11h30 desta terça-feira, 17. Imediatamente, os bombeiros o colocaram em uma ambulância, que seguiu para o Hospital Souza Aguiar, no centro.
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Os ativistas tentaram evitar a saída da ambulância e houve enfrentamento. De dentro da ambulância, pertencente ao Corpo de Bombeiros, foi aspergido um spray de pimenta, que atingiu em cheio aos manifestantes, entre eles, o advogado do indígena, Arão da Providência.
"Isso é prisão. É o Estado usando a força para interferir na pauta dos movimentos sociais", esbravejava Providência, com os olhos lacrimejantes.
O advogado reclamou ainda da decisão da Polícia Militar (PM) de retirar os manifestantes do velho museu. "O governador (Sérgio Cabral, do PMDB) acha que o prédio é dele", gritava.
Guajajara subiu no alto da árvore, a 4 metros de altura, às 9h30 de segunda-feira, 16, durante a remoção dos manifestantes, indígenas e simpatizantes. Desde então praticamente não se alimentou nem bebeu água.